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Política

Deputados de MS gastam mais de R$ 1,3 milhão com "despesas extras"

O parlamentar de MS campeão de gastos é Loester Carlos, que gastou 14 vezes mais que o mais econômico

Nyelder Rodrigues | 09/07/2021 15:57
Bancada de MS soma gastos de R$ 1,3 milhões em seis meses de mandato em 2021 (Arte: Arquivo)
Bancada de MS soma gastos de R$ 1,3 milhões em seis meses de mandato em 2021 (Arte: Arquivo)

O ano de 2021 está só na metade e os deputados federais de Mato Grosso do Sul já conseguiram somar R$ 1.343.172,78 de pagamentos com "despesas extras" em seus mandatos. Os recursos são oriundos da cota parlamentar, verba legalmente oferecida aos mesmos para cobrir gastos com alimentação, telefonia e até Correios.

Conforme os dados fornecidos pela própria plataforma de transparência da Câmara Federal, o deputado sul-mato-grossense que vem liderando em 2021 o ranking de gastos é Loester Carlos, o Tio Trutis (PSL), com R$ 224.053,88, valor 14 vezes maior que do deputado sul-mato-grossense que menos gastou, no caso, Fábio Trad.

A quantia é quase. Nas despesas de Trutis, estão cerca de R$ 19 mil em passagens aéreas, R$ 6 mil em combustíveis, R$ 26 mil em aluguel de veículos e mais de R$ 30 mil em manutenção do escritório. Contudo, chama mais a atenção os R$ 63 mil gastos com divulgação de atividades e R$ 76 mil destinados para consultorias - o maior pago entre os deputados de MS.

Na sequência do parlamentar em primeiro mandato, aparece o veterano Dagoberto Nogueira (PDT), com gastos de cota parlamentar registras neste ano na casa dos R$ 203,5 mil. Aluguel de veículos, com R$ 49 mil, e divulgação da atividade parlamentar, com R$ 41 mil, lideram a lista de gastos do pedetista.

Outro veterano de Casa, o petista Vander Loubet, ocupa a terceira posição no ranking de gastos da cota parlamentar. Dos R$ 200.063,85 registrados no Portal de Transparência, R$ 104,3 mil foram apenas para divulgação da atividade parlamentar, enquanto R$ 42,5 mil foram destinados para aluguel de veículos.

A divulgação da atividade parlamentar também compõe grande excedente dos demais deputados sul-mato-grossense. Beto Pereira e Rose Modesto (ambos PSDB), por exemplo, gastaram R$ 79 mil e R$ 70 mil, respectivamente, com esse categoria de despesas. Cada um deles somou R$ 197,7 mil e R$ 185,9 mil com despesas dentro da cota.

Luiz Ovando (PSL) aparece na antepenúltima posição do ranking, mas também com quantia semelhante de gastos feito pelos colegas. São 80 mil em divulgação de atividades do parlamentar e R$ 185 mil de toda cota - que conta ainda com quase R$ 30 mil de manutenção de escritório e R$ 24 mil com aluguel de veículos.

Do outro lado - Com gastos menores que os demais, mas também acima dos R$ 100 mil neste ano, está a deputada federal Bia Cavassa (PSDB), que gastou R$ 129 mil - composto R$ 9 mil de passagens aéreas, R$ 21 mil em combustíveis e R$ 88 mil em divulgação.

Já Fábio Trad (PSD) é o que apresenta menores de valores. Em 2021, ele apresenta meros R$ 16.820,54 de gastos da cota parlamentar - são R$ 11 mil em manutenção do escritório, R$ 3 mil em divulgação e R$ 1,4 mil com Correios.

A reportagem do Campo Grande News o procurou para saber o motivo de gastos tão abaixo da média dos demais colegas. "Não recrimino os meus colegas, mas decidi não dispor destes recursos durante a pandemia", explicou Fábio.

Auxílio-moradia - Ao todo, sete deputados estaduais de Mato Grosso do Sul dispensam gastos na capital federal com moradia. Seis deles moram em apartamentos funcionais: Vander (desde 2011), Dagoberto (desde 2015), Rose, Loester (ambos desde 2019), Beto (desde 2020) e Bia Cavassa (desde março deste ano).

Já Luiz Ovando não dispõe de apartamento funcional e faz uso do auxílio moradia, que já soma R$ 15.864,70 neste ano. O valor ressarcido ao mesmo varia de R$ 3,8 mil, em abril, até R$ 4,1 mil, referente ao mês de março. Fábio Trad é o único que não dispõe de apartamento funcional e nem de auxílio-moradia.

Quanto a verba de gabinete que cada um tem direito para pagar os salários de até 25 secretários, seja em Brasília (DF) ou em Mato Grosso do Sul, somam R$ 5.147.212,63 neste ano. O valor, dividido entre os oito parlamentares e os seis meses que já se passaram, fica em uma média mensal de R$ 107 mil - o limite é de R$ 111 mil.

Outros anos - Em 2019, o campeão de uso de cota parlamentar foi Vander, que gastou R$ 453,6 mil, seguido de Dagoberto, Loester e Beto (R$ 443 mil, R$ 432,6 mil e R$ 432,2 mil). Fábio aparecem em quinto no ranking daquele ano, com R$ 324 mil. Ovando foi o menor de todos, com R$ 191,5 mil em 2019.

No ano passado, o líder foi Beto Pereira (R$ 438 mil), com Dagoberto logo atrás (R$ 433 mil). Vander (R$ 370 mil), Loester (R$ 369 mil) e Ovando (R$ 203 mil) aparecem em seguida. O menor gasto de 2020, ano já com a pandemia declarado, foi o de Trad, que somou R$ 61 mil de gastos da cota parlamentar.

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