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Política

Dívida de R$ 34 milhões obriga Corumbá a revisar despesas

Balanço inicial de despesas apresenta deficit na folha de pagamento e subsídios

Por Gustavo Bonotto | 08/01/2025 19:56
Dívida de R$ 34 milhões obriga Corumbá a revisar despesas
Fachada da Prefeitura de Corumbá, a 428 quilômetros de Campo Grande. (Foto: Renê Marcio Carneiro)

A Prefeitura de Corumbá começa o ano com dívida que ultrapassa R$ 34 milhões, conforme levantamento da Seprad (Secretaria Municipal de Planejamento, Receita e Administração), divulgado no início da noite desta quarta-feira (8). Os débitos incluem valores não pagos referentes à folha de pagamento, subsídios, encargos sociais e despesas obrigatórias.

Conforme o prefeito recém-empossado Gabriel Alves (PSB), a situação já compromete recursos previstos no orçamento de 2025. "A administração atual informou que está reavaliando contratos e analisando possibilidades de redução de despesas, como imóveis alugados e custos fixos. Exonerações em cargos comissionados também foram realizadas. Um plano de ação será elaborado para equilibrar as contas públicas e viabilizar investimentos", discorre o titular na nota à imprensa.

De acordo com a secretária de Finanças, Camila Campos de Carvalho, apenas a folha líquida foi paga em dezembro. Obrigações como consignações, INSS patronal, FGTS (Fundo de Garantia de Tempo de Serviço) e provisionamento de férias não foram quitadas, nem os recursos necessários para isso foram deixados em caixa. “Já identificamos um rombo significativo que precisará ser coberto com recursos do orçamento deste ano”, explica.

Outras despesas herdadas incluem R$ 1,2 milhão referentes à contratualização do hospital e R$ 860 mil de subsídios ao transporte público. Ambos os valores deverão ser pagos com recursos do exercício de 2025. Além disso, contratos de energia elétrica, água, aluguéis e serviços administrativos ainda estão sendo apurados pela equipe da secretaria. “O deficit deixado vai consumir parte significativa do orçamento e impactar as ações planejadas para o município”, descreve Camila.

A gestão anterior também parcelou valores referentes ao Funprev (Fundo de Previdência Social dos Servidores Municipais de Corumbá), somando R$ 24 milhões. Segundo a nota, esses débitos foram divididos em prazos que ultrapassam a atual gestão, com parcelas mensais que podem chegar a R$ 1 milhão ao longo de quatro anos, considerando juros e multas.

Também há falta de condições tecnológicas com equipamentos obsoletos. Conforme a secretária, o imóvel da Funec (Fundação de Esportes de Corumbá) foi entregue sem luz, porque a fiação foi furtada.

“Estamos assustados com as condições do prédio e com as condições de trabalho dos servidores no Paço Municipal. Muito mofo, sala com materiais quebrados; o RH (Recursos Humanos) sem nenhuma condição de arquivo. Estamos numa força-tarefa. Criaram-se despesas na folha de pagamento sem avaliar o impacto financeiro na previdência", finaliza a responsável pela receita corumbaense.

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