Dom Dimas quer reeditar cartilha e fazer debate com candidatos a prefeito
O arcebispo de Campo Grande, dom Dimas Lara Barbosa, confirmou que a Arquidiocese deve realizar novamente, nas eleições deste ano, debate com candidatos a prefeito de Campo Grande e ainda reeditar cartilha para orientar os fiéis sobre temas da eleição, como compra de votos, boca de urna e combate à corrupção, para que se tenha um voto consciente.
"Pretendo lançar a cartilha, estou amadurecendo esta ideia, é muito importante a conscientização dos fieis, além disto pretendemos de novo organizar o debate com os candidatos a prefeito, sempre contribui muito para a população", disse ele, nesta manhã (10), durante lançamento da Campanha da Fraternidade.
Ele ainda relatou que durante a campanha é apresentado um documento com uma lista de itens aos candidatos, que são prioridades e metas da igreja. Aqueles que assinam este "termo de compromisso", têm seus nomes divulgados. "Desta forma as paróquias sabem quem são aqueles que apoiam nossas pautas".
Também destacou que a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), e a OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil de MS) vão trabalhar juntas para supervisionar a campanha e assim tentar combater tanto a compra de votos, como eliminar o famoso "caixa dois".
Dom Dimas ainda criticou o sistema eleitoral vigente, que segundo ele torna o voto muito fragmentado e atrapalha até o possível apoio. "São centenas de candidatos, por mais que uma paróquia apoie este ou aquele, no final acaba perdendo. Por isso que a CNBB queria mudanças neste processo".
O arcebispo citou que a melhor forma seria escolher apenas o partido no 1° turno, de acordo com suas propostas, para depois este apresentasse a lista dos candidatos, no segundo turno. "Era nossa opção, mas infelizmente não passou no Congresso Nacional".
Campanha - Dom Dimas reconheceu que, em função dos inúmeros casos de corrupção, este poderia ser o tema da campanha da fraternidade, mas explicou que a escolha é feita dois anos antes, seguindo inclusive os anseios da sociedade, por meio das pastorais. "Seria um tema pertinente e relevante, dois anos atrás talvez não estivesse tão acirrado como hoje, mas a CNBB não deixa de contribuir com o tema".
Ele lembrou desta participação nas discussões da reforma política, assim como no passado, quando esteve na criação do projeto da "ficha limpa", que trouxe muitos benefícios à sociedade. "No começo diziam que o projeto não tinha chance, mas depois todo mundo apoiou e passou por unanimidade, tanto que já deu muitos frutos".