Emocionado, Puccinelli lembra que Wilson o convenceu a entrar na política
André foi secretário de Wilson na década de 1980 no início de sua vida pública
Em 1983, um médico de 34 anos é convidado para ser secretário de Saúde de Wilson Barbosa Martins, o primeiro governador eleito de Mato Grosso do Sul. Passados 35 anos, o mesmo homem, agora prestes a completar 70, emociona-se ao lado do caixão de seu padrinho político. Semelhante a seu iniciador na vida pública, André Puccinelli também governou o Estado por duas vezes.
André estava entre os ex-secretários de Wilson que compareceram ao velório do ex-governador, realizado no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo, no Parque dos Poderes, em Campo Grande. “Exemplo para o Brasil e para Mato Grosso do Sul”, definiu Puccinelli.
Hoje, um dos principais nomes da política sul-mato-grossense, o emedista contou que sentia receio de entrar na vida pública, mas acabou sendo convencido por Wilson e se tornou secretário de Saúde de 1983 a 1985. Depois disso, André conseguiu se eleger por dois mandatos como deputado estadual (de 1987 a 1991 e de 1991 a 1995). Foi também deputado federal (de 1995 a 1996), prefeito de Campo Grande e governador do Estado – nesses dois últimos cargos por duas gestões.
Na tarde desta terça-feira, no velório de Wilson, Puccinelli contou que foi “convidado insistentemente por três vezes” e, convencido, terminou aceitando ser secretário e, assim, dar início à carreira política.
Quanto a Wilson, André o considera exemplo ao País e ao Estado. “Era um homem determinado e com seu exemplo e dedicação e perseverança foi seguido por muitos”, considerou.
Outros ex-secretários de Wilson foram prestar condolência à família e se despedir do ex-governador. Entre eles, estavam Ricardo Bacha, que foi titular da Secretaria de Obras e Finanças, e Celso Martins, sobrinho de Wilson e ex-secretário de Agricultura.
“O primeiro governo foi de realização de muitas obras. Já no segundo, o cenário era semelhante ao atual, com problemas financeiros e necessidades de ajustes fiscais”, avaliou Bacha. Em relação ao homem público, Ricardo afirmou: “Era um democrata, íntegro, sério e cobrava responsabilidade de seus comandados”.
Para Bacha, o ex-governador também tinha como qualidade a capacidade de trabalhar com clima de tensão. “Dava segurança às pessoas e harmonizava situação de beligerância, conseguindo acalmar quem estivesse em pé de guerra”, descreveu.
Já Celso Martins fez avaliação não apenas como político, mas também como membro da família. “Ele era, para a nossa família, uma pessoa muito presente e de muito ensinamento”, afirmou. “Também acreditava na liberdade das pessoas. O legado dele pode ser resumido em uma palavra: honradez”, finalizou.
O corpo do ex-governador será velado até a manhã desta quarta-feira (13). Nesta terça-feira, o Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo fica aberto ao público em geral até as 22h. Desse horário às 6h de amanhã, fica reservado apenas aos familiares e amigos próximos.