Ex-aliado se diz usado por Bernal, e vereadores cobram providências
Vereadores querem providências com relação a possíveis ilações que levaram o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) a deflagrar a Operação Coffee Break, que investiga se houve corrupção de parlamentares no processo de cassação do prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP).
Um ex-aliado dele foi à Câmara Municipal, na manhã desta terça-feira (22), e afirmou, entre outras coisas, que o pepista “manipulou, maquiou e usou de seu conhecimento advocatício para obter êxitos” neste contexto.
O ex-aliado é Carlos Roberto Pereira. Na tribuna da Câmara, ele disse que era amigo de Bernal e, quando o então prefeito já estava cassado, assinava documentos e procurações a pedido dele, somente tempos depois descobrindo que a papelada era usada em denúncias e ações com objetivo de anular a cassação. Também contou que foi um dos autores de denúncias ao Gaeco sobre supostas ilegalidades na queda do prefeito.
Segundo Pereira, às vésperas da cassação Bernal “chantageava três vereadores” a votarem em seu favor. Não citou nomes.
Em certo momento, o ex-aliado diz ter rompido com Bernal, para quem, até então, assinava documentos por questão de confiança. “Só sabemos o gosto do veneno depois que provamos”, falou aos vereadores.
Segundo o ‘ex-amigo’, “é inadmissível o que ele fez, se fazendo de vítima, usou as pessoas”. “Por que não pedem para o Gaeco investigar como ele comprou uma mansão de R$ 3 milhões ganhando R$ 16 mil por mês na Prefeitura?”, sugeriu.
Vereadores pediram que a mesa diretora tome providências com relação às afirmações do ex-aliado de Bernal. Semana passada, o Gaeco emitiu nota garantindo não ter havido direcionamento nas investigações da Coffee Break para um ou outro interessado no processo.