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Política

Há 12 anos, último atentado contra político em estrada foi fake news

À época, a perícia da Polícia Civil desmontou, ponto a ponto, a versão apresentada por Ari Artuzi

Aline dos Santos | 17/02/2020 11:56
Ari Artuzi era deputado estadual e chegou a ser denunciado por falsa comunicação de crime. (Foto: Arquivo)
Ari Artuzi era deputado estadual e chegou a ser denunciado por falsa comunicação de crime. (Foto: Arquivo)

Num Estado onde sobeja atentados, o ataque a político em estradas, como o episódio ocorrido ontem (dia 16) contra o deputado federal Loester Carlos Gomes de Souza (PSL), não é a modalidade mais comum de ação de criminosos.

Conforme levantamento do Campo Grande News, o último caso similar foi registrado em 2008, contra o então deputado estadual Ari Artuzi (já falecido) e entrou para a história como fake news. À época, a perícia da Polícia Civil desmontou a versão apresentada pelo político.

Em 26 de maio de 2008, Artuzi registrou Boletim de Ocorrência relatando que estava em uma estrada vicinal do Distrito de Panambi, Dourados. Ele era passageiro de um Gol, conduzido por um ex-vereador.

Na versão das vítimas, os tiros foram disparados por alguém que estava parado às margens da estrada vicinal. Os dois foram atingidos por estilhaços do vidro do carro. Menos de dois meses depois, em julho de 2008, a Polícia Civil derrubou a versão de Artuzi sobre o atentado.

A perícia concluiu que os tiros disparados contra carro não foram destinados aos dois ocupantes. A conclusão também foi de que o veículo estava parado, o que contrariou versão apresentada pelo então deputado estadual.

Fragmentos - Segundo a Polícia, o objetivo do atirador não era matar ou atingir ninguém, mas apenas acertar o veículo. Foram feitas análises em fragmentos de vidros, entre outros métodos periciais, que resultaram na conclusão de que o carro estaria parado no momento em que os tiros foram disparados. Um dos projéteis atingiu o veículo a menos de um metro de distância e outro a pouco mais de 1,4 metro.

No mesmo dia, Artuzi reagiu e manteve a versão de que sofreu atentado. Na sequência, ele chegou a ser denunciado pelo MP/MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) por falsa comunicação de crime, mas foi absolvido. Os dois ocupantes do Gol passaram por exame residuográfico e não tinham resíduos de pólvora.

Veículo de deputado está na sede da Polícia Federal, em Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami)
Veículo de deputado está na sede da Polícia Federal, em Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami)

Atentado – No domingo, a assessoria do deputado federal Loester Carlos (PSL) publicou no Facebook, por volta das 9h, que ele e sua equipe sofreram atentado a caminho de Sidrolândia, a 70 quilômetros de Campo Grande. O parlamentar relatou a emboscada e revidou o ataque. Ele estava em um Corolla e a fotografia divulgada mostra marcas de bala e vidro traseiro estilhaçado. Não houve feridos.

Primeiro, o deputado federal acionou o Bope (Batalhão de Operações Especiais), que o escoltou até à superintendência da PF (Polícia Federal), onde o veículo será periciado. O parlamentar permaneceu sob proteção de policiais federais até a madrugada desta segunda-feira, quando embarcou para Brasília. O Campo Grande News não conseguiu contato com Loester Carlos.

Recente – O caso mais recente relacionado a atentado e político foi em maio do ano passado. Lia Nogueira (PR), então vereadora de Dourados, desconfiou de ataque quando um carro na contramão quase “atropelou” o veículo em que era passageira.

A vereadora disse à polícia que se sentiu ameaçada por acreditar que o objetivo era intimidá-la devido à sua atividade, pois protocolou denúncia no Ministério Público contra a administração municipal. A Polícia Civil considerou que foi acidente de trânsito e não atentado.

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