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Política

Homenagens a Delcídio e Bolsonaro causam polêmica na Assembleia

Deputados divergiram sobre concessão de títulos de cidadão sul-mato-grossense aos dois, mas homenagens foram aprovadas

Silvia Frias e Leonardo Rocha | 24/09/2019 11:49
Homenagens renderam polêmica hoje durante sessão na Assembleia Legislativa (Foto: Leonardo Rocha)
Homenagens renderam polêmica hoje durante sessão na Assembleia Legislativa (Foto: Leonardo Rocha)

Os deputados estaduais aprovaram hoje a concessão de 12 títulos de cidadão sul-mato-grossense a personalidades consideradas de destaque. Duas delas provocaram debate e alguns votos contrários: as homenagens ao presidente da República Jair Bolsonaro (PSL) e ao presidente regional do PTB, Delcídio do Amaral.

O título de cidadão sul-mato-grossense a Delcídio do Amaral foi proposto pelo deputado Neno Razuk (PTB), sendo aprovado por 18 votos a 1. A homenagem teve aval até dos ex-companheiros de partido, Pedro Kemp e José Almi.

O único contrário foi do deputado Renan Contar (PSL), argumentando que o ex-petista e senador cassado não o representa. “Não vai ter meu voto”, afirmou. Delcídio teve mandato cassado em 2016.

Naquele período, fechou acordo de delação premiada na Operação Lava Jato, depois que foi preso acusado de obstrução de Justiça ao tentar impedir o ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, de realizar delação.

O deputado estadual José Carlos Barbosa (DEM), líder do governo, votou a favor, justificando que a atuação de Delcídio como senador foi beneficia ao Estado. “Quando ele foi cassado eu usei a tribuna para dizer que Estado ia perder, pois ele foi muito atuante”.

João Henrique Catan (PL) foi favorável, mas não exatamente pelos méritos do homenageado. “Meu colega tem direito de indicar o nome, não iria contra indicação dele, mas o PT não me representa”.

A outra homenagem que provocou reação dos deputados foi concedida ao presidente Jair Bolsonaro, proposta por Carlos Alberto David (PSL), endossada pela bancada do MDB e Renan Contar, que pediram para assinar o pedido.

A proposta foi aprovada por 17 votos e teve 3 contrários: Pedro Kemp, José Almi e Jamilson Name (PDT).

“Não poderia votar nesse senhor, até porque ele não fez nenhuma obra ou benfeitoria pelo Estado, além de ser motivo de chacota no mundo inteiro”, disse Kemp. O deputado lembrou que Bolsonaro ficou de fora na discussão sobre Amazônia, em debate liderado pelo presidente francês, Emmanuel Macron.

O deputado Eduardo Rocha (MDB) disse que ele ainda está em início de mandato, mas já beneficiou o Estado ao nomear dois políticos de MS para cargos no primeiro escalação: Tereza Cristina, na Agricultura, e Luiz Henrique Mandetta, na Saúde.

As homenagens serão entregues em solenidade prevista para o fim do ano, na Assembleia Legislativa, em data ainda a ser definida. Carlos Alberto David diz que irá convidar o presidente a receber o título pessoalmente, mas, não sendo possível, irá levá-lo a Bolsonaro.

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