Impasse com PSB atrasa aliança para candidatura de Geraldo Resende
Partido de Murilo Zauith não abre mão de indicar candidato a vice; secretários estaduais conversaram com prefeito ontem, mas não houve avanço; se acordo não sair, PSB deve apoiar Renato Câmara
O PSB está cada dia mais distante de uma aliança com o PSDB para disputar a prefeitura de Dourados, segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul, distante 233 km de Campo Grande. Para apoiar a candidatura do deputado federal Geraldo Resende, o partido do prefeito Murilo Zauith quer indicar o candidato a vice, mas o tucano teria recusado a sugestão.
Nesta segunda-feira (25), os secretários estaduais Eduardo Riedel (Governo) e Sérgio de Paula (Casa Civil) estiveram em Dourados para conversar com Murilo, mas a reunião foi rápida e não teve acordo.
O prefeito disse aos emissários tucanos que só apoia Geraldo Resende se o vice for do PSB e de preferência o ex-secretário de Finanças do município e atual assessor do próprio governo do Estado, Walter Carneiro Junior.
Há duas semanas, após o DEM abrir mão de indicar o vice na chapa encabeçada por Geraldo, o partido do prefeito entregou uma lista com seis nomes para a cúpula do PSDB, entre eles o de Waltinho Carneiro, o preferido do grupo de Murilo para a vaga.
Geraldo não quer – “O Geraldo não quer o Murilo no projeto dele. O Murilo e o PSB vão [para o palanque tucano] se o vice for o Waltinho Carneiro. Acho impossível essa aliança”, afirmou ao Campo Grande News um interlocutor do prefeito.
Sérgio de Paula foi procurado ontem pela reportagem para falar sobre as articulações com o partido de Murilo, mas não retornou aos recados.
O presidente do PSDB em Dourados, ex-deputado Marçal Filho, disse que não está a par das conversas da cúpula estadual de seu partido para formação de aliança em Dourados.
“Eles ignoram o presidente do PSDB de Dourados. Quem sabe com a minha experiência poderia ajudar a apagar os incêndios”, afirmou o radialista, que entrou no partido para ser candidato a prefeito, mas perdeu a vaga para Geraldo Resende, e agora deve disputar uma cadeira na Câmara de Vereadores.
Nos bastidores os comentários são de que Geraldo Resende prefere como candidato a vice um nome com mais apelo popular e já teria conversado com o vereador Cido Medeiros (DEM), considerado herdeiro dos votos que eram do ex-prefeito Ari Artuzi (morto em 2013).
Pode apoiar Renato – O Campo Grande News apurou que se a aliança com o PSDB fracassar, o grupo político de Murilo deve apoiar a candidatura do PMDB, que vai disputar a eleição deste ano tendo o deputado estadual Renato Câmara como candidato a prefeito.
A outra opção seria uma aliança com a vereadora Délia Razuk, que será candidata à prefeita pelo PR. Entretanto, esse caminho é o menos possível, já que Murilo e Délia nunca foram aliados políticos. A republicana deve ter como candidato a vice o pecuarista Marisvaldo Zeuli, do PPS.
Outros pré-candidatos – Além de Geraldo, Renato e Délia, pelo menos mais quatro nomes aparecem como eventuais candidatos a prefeito de Dourados – o professor Damião Duque de Farias pelo PT, o vereador Marcelo Mourão pelo PRB, o ex-assessor da prefeitura Wanderlei Carneiro pelo PP e o também professor Ênio Ribeiro pelo Psol.
O Psol fez convenção domingo e já confirmou a candidatura de Ênio Ribeiro e deve disputar a eleição com chapa pura, tendo como candidata à vice a líder sem-terra Vera Alves.
A convenção do PP será dia 3. A do PR está marcada para sábado, dia 30, mas deve ser adiada para dia 5 de agosto – último dia do prazo estipulado pela Justiça Eleitoral – mesma data das convenções do PSDB, DEM e PSB. O PMDB ainda não definiu a data.