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Política

Indígenas prometem manter a rodovia bloqueada até o fim da votação do STF

Cerca de 50 pessoas fecharam a MS-384 entre Antônio João e Bela Vista desde o início da manhã

Gabriela Couto | 30/08/2023 15:34
Cerca de 50 indígenas da etnia guarani-kaiowá bloqueiam a MS-384 por tempo indeterminado (Foto: Funai)
Cerca de 50 indígenas da etnia guarani-kaiowá bloqueiam a MS-384 por tempo indeterminado (Foto: Funai)

Um enorme engarrafamento se forma na MS-384, entre Antônio João e Bela Vista. Cerca de 50 indígenas guarani-kaiowá bloquearam o trecho no km 034, próximo ao distrito do Campestre.

O local tem um significado muito importante para os povos tradicionais. Foi ali que o líder Marçal de Souza foi assassinado em 1983, durante disputa do território indígena.

Congestionamento forma quilômetros com várias carretas de calcario que utilizam a rodovia (Foto: PMR)
Congestionamento forma quilômetros com várias carretas de calcario que utilizam a rodovia (Foto: PMR)

Centenas de carretas de calcário que passam pela rodovia seguem perfiladas aguardando a liberação da pista. A PMR (Polícia Militar Rodoviária) está no local. A mobilização ocorre em outros estados do país.

Mulheres e crianças formam a maioria do grupo dos manifestantes que prometem ficar no local até o término da votação do marco temporal, no STF (Supremo Tribunal Federal).  Ou seja, por tempo indeterminado. Além de fazer uma barreira humana e com pedaços de madeira, eles cantam músicas na língua indígena.

Anciãs cantam músicas na língua indígena durante manifestação que fechou a rodovia (Foto: Funai)
Anciãs cantam músicas na língua indígena durante manifestação que fechou a rodovia (Foto: Funai)

Entenda – A sessão de julgamento da ação que pode determinar o marco para as demarcações de terras indígenas foi retomada com o voto-vista do ministro André Mendonça.

Até o momento, o placar segue 2 a 1 a favor da data da promulgação da CF (Constituição Federal) como ponto de partida para definição da ocupação tradicional da terra por indígenas.

Os povos originários são contrários, pois a tese descarta que comunidades estavam presentes nos territórios anteriormente a essa data e desconsidera a história da grilagem de terras no Brasil.

Edson Fachin e Alexandre de Moraes se manifestaram contra ele, e Nunes Marques se manifestou a favor. Além de André Mendonça, faltam os votos  dos ministros Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes.

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