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Política

Índios encerram protesto na Maracaju, mas ameaçam fechar a Afonso Pena

Paulo Nonato de Souza e Christiane Reis | 17/11/2016 16:47
O movimento indígena frechou a Rua Maracaju durante algumas horas (Foto: Marina Pacheco)
O movimento indígena frechou a Rua Maracaju durante algumas horas (Foto: Marina Pacheco)

A manifestação de um grupo de 20 indígenas, nesta tarde, com o bloqueio da Rua Maracaju, região central de Campo Grande, para protestar contra a exoneração do coordenador Regional da Funai, Evair Borges, e a nomeação do coronel reformado do Exército, Renato Vida Sant'Anna para o cargo, terminou há pouco com uma advertência da líder do movimento, Hekere Terenoe, da aldeia Terena de Anastácio. 

"Hoje foi só um aviso. Agora vamos dar um tempo de 24 horas para Brasília se manifestar sobre o nosso pleito. Se o Governo Federal não nos atender com a renomeação do coordenador Evair Borges, a nossa próxima ação vai ser na Avenida Afonso Pena. Não sabemos quando nem que trecho, mas vamos interditar a Afonso Pena”, declarou. 

O protesto foi pacífico com faixas, cartazes, rostos pintados e até arcos e flechas em frente da sede da FUNAI (Fundação Nacional do Índio), na Rua Maracaju. O trânsito foi interditado pelo movimento durante pouco mais de duas horas. “Brasília exonerou o nosso coordenador sem consultar as lideranças indígenas de Mato Grosso do Sul. Estamos sendo desrespeitados”, disse Hekere Terenoe. 

A Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) esteve no local para controlar o fluxo de veículos e evitar congestionamentos. Durante o protesto dos indígenas a Maracaju foi interditada entre as ruas Pedro Celestino e Rui Barbosa. 

Na BR-262 - Também encerrado há pouco o protesto indígena que interditou a rodovia BR-262, no trecho entre Aquidauana e Miranda, na entrada do distrito de Taunay. Segundo o cacique Célio Fialho, em entrevista ao Campo Grande News, por telefone, lá o movimento contra a exoneração de Evair Borges e a nomeação do coronel reformado do Exército, Renato Vida Sant'Anna, reuniu 700 índios de cinco etnias. 

“Fica o nosso recado para as autoridades de Brasília. Fica a nossa indignação com a exoneração do Evair e não aceitamos a nomeação desse coronel. Queremos um indígena lá no cargo. Se não for possível o retorno do Evair, que seja um indígena, alguém que entende a nossa realidade”, disse Celio Fialho, que além de cacique da aldeia Bananal, também é membro do Conselho Nacional de Politica Indigenista, ligado ao Ministério da Justiça.

Exoneração - Evair Borges teve sua exoneração divulgada na página 37 da edição do dia 10 de novembro do DOU (Diário Oficial da União), que também apresentou a nomeação do militar Renato Vida Sant'Anna como novo coordenador da entidade. Sant'Anna é coronel reformado do Exército, e passou 36 dos seus 70 anos servindo à corporação. Ainda não há data marcada para a posse do novo coordenador.

Na BR-262, entre Aquidauana e Terenos, o movimento de protesto reuniu índios de 5 etnias (Fonte: Funai)
Na BR-262, entre Aquidauana e Terenos, o movimento de protesto reuniu índios de 5 etnias (Fonte: Funai)
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