Interior também quer feriado contra "invasão" de campo-grandenses
Tema foi debatido em reunião entre prefeitos com secretário de Saúde, com participação do governador Azambuja
Preocupados com o reflexo do feriadão em Campo Grande nesta semana, prefeitos de outras cidades sul-mato-grossenses manifestaram nesta manhã ao governo a sugestão de que a medida seja, de alguma forma, estendida a todo o Estado. Foi em reunião por videoconferência organizada pela Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul), que debateu o atual estágio da pandemia de covid-19 e as medidas para frear o avanço da doença.
Conforme apurado pelo Campo Grande News, nova reunião será feita e a equipe técnica do governo estadual vai apresentar uma alternativa, como por exemplo a adoção da antecipação do feriado estadual de 11 de Outubro. Chegou a ser comentado sobre a criação de período ainda maior de folga, incluindo a Semana Santa, que começa em 2 de abril), mas não houve confirmação sobre essa possibilidade, que estabeleceria uma espécie de “Semana do Saco Cheio” em pleno mês de março.
A solicitação sobre antecipar para sexta-feira (26) o feriado da Criação do Estado já havia sido feita pela prefeitura da Capital, como forma de garantir os cinco dias de paralisação das atividades não essenciais iniciados nesta segunda-feira (26). Por enquanto, a prefeitura campo-grandense adiantou os feriados municipais de 13 de junho, quando é celebrado o Dia de Santo Antônio, e o do aniversário da cidade, 26 de agosto, valendo para 2021 e 2022, somando 4 dias. Falta a quinta data.
A reunião desta manhã teve a participação, em parte do tempo, do governador Reinaldo Azambuja (PSDB). O chefe do Executivo apelou aos municípios para acelerar a campanha de imunização contra a covid-19.
Presente à conversa virtual, o secretário de Saúde, Geraldo Resende, disse ao Campo Grande News que há temor dos prefeitos do interior com a ida de moradores da Capital para as regiões turísticas, em razão dos dias de folga por aqui.
"Os municípios têm sim essa preocupação", confirmou Resende. Segundo ele, quem vai definir sobre eventual feriadão é o governador Reinaldo Azambuja, responsável por assinar providências desse molde.
Conforme o secretário, o encontro virtual com prefeitos discutiu a realização de "mutirão pela vida" com a vacinação em massa, e outros aspectos, entre os quais citou a falta de leitos para tratar covid e de equipamentos para montar novas estruturas.
Já refletiu - Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai, onde cem por cento das vagas de UTI estão ocupados, já sentiu a diferença na movimentação de pessoas de fora no fim de semana, testemunha o prefeito Hélio Peluffo (PSDB). De acordo com ele, a cidade já sentiu a diferença no movimento no fim de semana, com as viagens para compras.
No entendimento dele, deve ser decretado feriado estadual, mas é preciso “combinar” também com as forças de segurança para ampliar os trabalhos com o objetivo garantir o cumprimento da medida.
O presidente da Assomasul, Valdir Couto Junior (PSDB), de Nioaque, informou que a orientação dada aos prefeitos foi aguardar o que vai ser decidido pelo governo do Estado. Couto lembrou a necessidade de as regras para prevenir a covid-19 precisarem da análise e aval do COE (Centro de Operações de Emergências), criado para cuidar do assunto no ano passado.
Desde 14 de março, está valendo para todo o Estado toque de recolher das 20h às 5h de segunda a sábado. A validade acaba no dia 27.
(Matéria editada às 13h35 para adição de informações)