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Política

Isolado na disputa, PT vê racha interno se agravar em plena campanha

Francisco Júnior | 04/07/2012 16:24
Mais uma rusga entre Delcídio e Zeca se torna pública, em plena campanha eleitoral. (Foto: Arquivo)
Mais uma rusga entre Delcídio e Zeca se torna pública, em plena campanha eleitoral. (Foto: Arquivo)

A disputa entre o ex-governador Zeca do PT e o senador Delcídio do Amaral, principais lideranças do PT em MS, ganha a cada dia mais munição, às vésperas da eleição municipal deste ano. Mais um atrito entre os dois se tornou público nesta semana, conflito que pode atrapalhar a campanha do deputado federal Vander Loubet na corrida pela prefeitura de Campo Grande.

A rixa entre os dois é vista pelo militantes e por outras lideranças, como um dos fatores que isolaram o PT na disputa em Campo Grande, a que mais interessa, por ser a maior cidade, e também no interior, onde alianças foram desfeitas, entre elas com o PSD em Três Lagoas.

Em Campo Grande, o partido oficializou o nome do deputado estadual Cabo Almi como vice na chapa de Loubet na disputa pela Prefeitura de Campo Grande. A possibilidade de sair com chapa pura já era prevista desde a convenção realizada pelo PT, no último dia 24. Para Almi, o desentendimento entre as duas lideranças prejudica a legenda, ao atrabapalhar "o crescimento e a unidade" da legenda

Zeca, candidato a vereador, quer que o senador explique um encontro que teve com o governador André Puccinelli (PMDB). O encontro teria ocorrido na casa do presidente da Assembleia Legislativa, Jerson Domingos (PMDB), um mês antes das alianças partidárias serem concretizadas. “Ele tem que explicar esse encontro para a direção do PT”, afirmou.

O ex-governador rebateu ainda a declaração feita pelo senador, ao conceder entrevista à rádio Capital FM nesta manhã, de que foi ele quem pagou as contas de Zeca da eleição passada, quando disputou o Governo do Estado.

Zeca afirma que as contas da campanha foram pagas pelo PT Nacional.

Na entrevista, Delcídio ainda considerou infundadas as críticas do ex-governador referentes ao encontro dele com André. “Eu sou senador da República, o Biffi é um deputado federal. Política você pratica 24 horas por dias. Você conversa com partidos. Eles vêm com uma conversa mole dessas. Já conversei várias vezes com André, nunca neguei isso, sempre conversei com Jerson Domingos. O Biffi faz isso, o Vander faz isso. O próprio Zeca já fez isso”, afirmou o senador sem negar o encontro.

O estopim para mais esse conflito entre as lideranças foi o nome que o partido irá apoiar na disputa para a prefeitura de Três Lagoas, terceira maior cidade do Estado. Na convenção petista foi aprovada de forma apertada, o apoio à candidatura do vereador Ângelo Guerreiro (PSD), apoiado pelo grupo comandado por Zeca.

Porém, a corrente ligada ao senador é acusada de apoiar a reeleição da prefeita Márcia Moura (PMDB).

“Já estava fechada uma aliança há um ano. Aparece uma parte vinculada a ele (Delcídio) que veio do nada e resolveu apoiar o outro lado”, atacou Zeca.

O presidente regional do PT, Marcus Garcia, afirma que as decisões para a formação de alianças e apoio a candidatos foram homologadas pela direção estadual. “Cada candidatura que o PT tomou teve a anuência dos dirigentes da executiva estadual do partido”, destacou.

Com relação a Três Lagoas, Garcia disse que a parceria com Guerreiro estava encaminhada, mas que ocorreram atritos que resultaram em uma disputa local.

Otimismo - Mesmo com essa recente rusga entre os dois, Zeca afirma que o partido não está dividido, mas unido em torno da candidatura de Loubet. “O PT não está rachado. Estamos motivados para fazer uma grande campanha. Nós fizemos um quadro de aliança muito bom”, destacou.

Esse otimismo do ex-governador não é compartilhado por Marcus Garcia. Segundo ele, essas declarações de Zeca acabam refletindo na candidatura de Vander . “O Zeca quer criar divisão interna e isso acaba prejudicando a campanha do Vander. Prejudica o partido e começa afetar o nosso projeto em 2014, não era momento para ele fazer essa discussão”. Para ele, são um exagero as declarações feitas por Zeca referentes ao encontro do senador com André.

“PT e o PMDB estão alinhados em vários municípios. Não vejo crime e nada de errado nisso. Estão fazendo tempestade em copo d’água”.

O presidente do PT disse que se reuniu com dirigentes do partido para debater o assunto. Segundo ele, as lideranças mostraram irritação com as declarações de Zeca.

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