“Não sei se dou parabéns ou pêsames”, diz prefeito durante posse de secretário
Segundo Marquinhos, a declaração retrata os desafios que o novo titular da Sectur vai enfrentar
Novo titular da Sectur (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo), o produtor cultural Max Freitas, empossado na manhã desta sexta-feira (dia 24), ouviu do prefeito Marquinhos Trad (PSD) um discurso que sinaliza as dificuldades do setor, fortemente afetado pela pandemia do novo coronavírus.
“Não sei se te dou os parabéns ou meus pêsames. Essa é a única secretaria que está no terceiro secretário. Não sei se o problema está aqui (apontando para o secretariado) ou aqui (se dirigindo a plateia de servidores)”, afirmou Marquinhos.
Segundo o prefeito, a declaração não é pessimista, mas retrata os desafios que o novo secretário vai enfrentar.
“A pandemia afetou a cultura e o turismo. Os hotéis estão demitindo. São artistas que tocam em barzinhos à noite e ganham R$ 300, R$ 400. E hoje está tudo fechado. Por isso que eu digo que eles vão ter momento de pressão muito grande e o estômago não espera muito tempo”, afirma Trad.
Sobre a saída da publicitária Melissa Tamaciro, que pediu demissão nesta semana, Marquinhos afirma que tentou fazer com que ela desistisse. “Ela disse que estava sendo muito atacada nas redes sociais, a família não estava aguentando a pressão e não tinha como voltar atrás”, relata o prefeito.
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Edital - Até então diretor-geral da FCMS (Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul), Max Freitas afirma que pretende lançar edital de R$ 600 mil nos próximos dia para seleção de artistas, com remuneração de R$ 600 por mês.
“Entendo a fala do prefeito. É um momento muito difícil, mas tenho certeza de que nossos desafios serão vencidos. Também vou precisar muito da equipe”, afirma Freitas.
Formado em Administração de Empresas pela UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), o novo secretário tem 37 anos e atua há 20 anos na área cultural. A posse foi na Sectur, localizada no bairro Carandá Bosque. O evento teve aglomeração de pessoas, todas com máscaras.
Salários e fornecedores – O prefeito de Campo Grande também afirmou que a retração econômica imposta pela pandemia pode afetar pagamento de salários do funcionalismo público e de fornecedores.
“A cidade não vive apenas com funcionário público. Tem que ter tapa-buraco, tem que pagar a Solurb, pagar a iluminação pública. A minha empresa é Campo Grande e paga tudo, são 27 mil funcionários na nossa empresa”, afirma Trad.
O prefeito reclama que o governo federal politizou a pandemia, com briga entre presidência, Senado e Câmara Federal.