Crédito suplementar de R$ 1,2 milhão contempla fundo cultural
Crédito garante parte do FMIC, no entanto, a publicação em edição extra do Diário Oficial não menciona outros editais em atraso
A Prefeitura de Campo Grande abriu crédito suplementar no valor de R$ 5.041.000,00 para utilização em áreas como cultura, assistência social e gestão. Os valores foram publicados em edição extra do Diogrande desta quarta-feira (22).
No setor cultural, o crédito foi aberto para o FMIC (Fundo Municipal de Investimentos Culturais) no valor de R$ 1,2 milhão, além de R$ 150 mil para a Sectur (Secretaria de Cultura e Turismo), mas sem citar o pagamento para o Fomteatro, que também está em atraso.
Para a presidente do Fórum Municipal de Cultura, Franciella Cavalheri, a abertura do crédito suplementar é urgente para o pagamento dos editais de cultura, lançados em 2019. No entanto, restam dúvidas sobre os demais pagamentos. "A gente não sabe se esse valor é somente FMIC ou o valor arredondado, da promessa do prefeito na semana passada, de que pagaria o valor dos editais em três vezes. Enfim, ainda não sabemos", afirma.
Ano passado, um acordo com a administração municipal previa o pagamento dos fundos culturais de forma parcelada, nos três primeiros meses de 2020. No entanto, conforme o Fórum, houve um atraso na avaliação dos editais. “O processo todo ficou atrasado”, diz a presidente. “No início de março, quando tudo parecia certo e os artistas à espera dos contratos, entramos em estado de calamidade”, acrescenta, se referindo a pandemia por causa do novo coronavírus.
Apesar da promessa de repasse, Franciella reforça a necessidade de um trabalho em conjunto, pautado no diálogo, com o novo secretário da pasta, Max Freitas, que ocupa a vaga deixada por Melissa Tamaciro após seu pedido de demissão. O novo gestor assume o compromisso de pagar, além do FMIC, o Fomteatro e auxiliar artistas financeiramente durante a pandemia.
“Na minha opinião é necessária uma capacidade de diálogo muito fluente para que proponentes consigam organizar os planos de trabalho”, diz.
Conforme a presidente, o diálogo e flexibilização poderiam representar um alívio aos artistas contemplados, que se encontram sob risco de mudanças nos projetos. “O acordo entre artista e Sectur tem que ser bem feito porque temos que pensar na possibilidade de ampliação do tempo de vigência do edital – que é de 6 meses – para execução e prestação de contas, por exemplo. Minha preocupação é que a gente consiga entregar para a sociedade algo que seja tão bom, por isso, é preciso engajamento do proponente e do poder público”.
O Lado B tentou falar sobre o assunto com o novo secretário. Ele disse que permanecerá como diretor-geral da FCMS (Fundação de Cultura do Estado de Mato Grosso do Sul) nesta quinta-feira, e só assumirá o cargo de chefe da Sectur na sexta-feira (24), por isso, não pôde dar mais detalhes sobre o crédito suplementar.
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