ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
DEZEMBRO, SEGUNDA  23    CAMPO GRANDE 32º

Política

Nelsinho sugere porte de armas para Funai e uso de Forças Armadas no Amazonas

Senador de MS foi relator da comissão que acompanhou as investigações da morte de Dom Phillips e Bruno Araújo

Jhefferson Gamarra | 16/08/2022 16:31
Nelsinho Trad (PSD), relator da comissão temporária instalada no Senado (Geraldo Magela/Agência Senado)
Nelsinho Trad (PSD), relator da comissão temporária instalada no Senado (Geraldo Magela/Agência Senado)

A Comissão Temporária Externa para investigar o aumento da criminalidade e dos atentados contra povos indígenas, instalada no Senado Federal após o assassinato do indigenista Bruno Araújo e do jornalista britânico Dom Phillips, ocorrido no Amazonas, apresentou nesta terça-feira (16), o diagnóstico final dos trabalhos. Sob relatoria do senador Nelsinho Trad (PSD-MS), os parlamentares confirmaram o aumento da violência contra os povos indígenas nos últimos anos e apresentaram fatores que contribuem para o quadro.

Entregue antes dos 60 dias previstos, o relatório apontou que a violência não se limita apenas ao local onde o crime ocorreu, mas sim em todo o território indígena, com grande atuação de organizações criminosas de narcotráfico.

“Traficantes se aproveitam dos rios da região para escoar drogas desde o Peru e a Colômbia. Rotas Aéreas também são utilizadas e há muitas pistas de pouso clandestinas em terras indígenas, em áreas de conservação. No trabalho de investigação local dessa comissão foi obtida a informação de que organizações criminosas lavam dinheiro do narcotráfico com o comércio de peixes empregando pescadores ilegais como os que mataram dom e Bruno”, pontou o senador sul-mato-grossense, Nelsinho Trad.

A comissão foi presidida pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede) e teve como vice-presidente o senador Fabiano Contarato (PT-ES). Durante a confecção do diagnostico o grupo fez quatro reuniões, sendo duas audiências públicas e uma visita em Atalaia do Norte e Tabatinga, no Amazonas, onde acorreram os assassinatos.

No documento final, o grupo propôs alterações na legislação e solicitou uma atuação mais severa de órgãos competentes para redução da violência. Entre as sugestões estão o envio de militares para as regiões do Vale do Javari e das Terras Ianomâmis. Alteração no Artigo 6 do Estatuto de Desarmamento, para conceder porte de arma de fogo aos integrantes da Funai (Fundação Nacional do Índio) em atividades de fiscalização e por fim o grupo indicou modificação no artigo 15 da Lei nº 9.605/98, para agravar a pena na hipótese de infrações cometidas em terras indígenas.

O relator também incluiu no relatório as indicações feitas pelo presidente da comissão, solicitando ao Executivo, a regulamentação dos poderes de polícia da Funai, da escala de trabalho dos servidores, de pagamento do adicional noturno e gratificação de localidade e aprovação do plano de carreira. Outra sugestão acolhida foi a reabertura da base do Ibama na região de Atalaia do Norte.

As conclusões do relatório aprovado hoje serão encaminhadas à presidência do Senado, ao TCU (Tribunal de Contas da União) e ao MPF (Ministério Público Federal ). No TCU, a expectativa é que o tribunal realize auditoria específica sobre os processos e recursos destinados a atividades de fiscalização e vigilância em terras indígenas. Do Ministério Público Federal, os senadores pedem apuração de possível omissão institucional, por parte da Funai, no atendimento das demandas encaminhadas pelos povos indígenas

Nos siga no Google Notícias