Para André, Bernal "sai rápido de crise" política ou vai "para a cadeia"
O governador André Puccinelli (PMDB) vê dois desfechos para a turbulência política protagonizada pelo prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP). O progressista é alvo de uma Comissão Processante na Câmara Municipal e teve pedido de afastamento do cargo apresentado pelo MPE (Ministério Público Estadual) à Justiça.
“O Ministério Público deve estar embasado, pois não é movido por paixões políticas. O prefeito precisa enviar os documentos e facilitar as investigações. Pois, assim, ele sairá mais rápido da crise política ou, então, poderá ir mais rápido para a cadeia”, afirmou o governador nesta segunda-feira.
Puccinelli disse esperar que o prefeito não esteja envolvido nas denúncias. “A população escolheu o prefeito, mas ficará contrariada se descobrir coisas novas daqui para a frente. Será uma desonra muito grande”, avaliou. O governador se declarou um defensor das investigações embasadas em relação aos agentes públicos.
“Na minha época, passei por inúmeras investigações e disponibilizei todos os documentos necessários. Tive 41 atestados de idoneidade”, disse. Nesta segunda-feira, o governador inaugurou o Centro de Línguas “Professor Fernando Peralta”, no bairro Amambaí, em Campo Grande.
Fio da navalha - Com 31 páginas, a denúncia - que embasa a comissão e o pedido de afastamento – aponta que o prefeito “vem perpetrando, em todas as áreas de atuação do município, inúmeros atos administrativos nocivos aos cidadãos e à economia campo-grandenses, demonstrando um inacreditável despreparo e uma intolerável ineficiência para o exercício do mandato que foi confiado”.
Conforme o documento, a Prefeitura na gestão de Bernal teve a “emergência fabricada”. Ou seja, que o prefeito teria prejudicado empresas que vinham prestando serviço para beneficiar a Salute Distribuidora de Alimentos Ltda, Jagás Com. de Gás Ltda e MegaServ.
“O denunciado se utilizou, ardilosamente, de meios para fabricar situações emergenciais, valendo-se, para tanto, de omissão no pagamento a alguns fornecedores (inadimplência seletiva), resultando na descontinuidade dos serviços públicos, gerando artificialmente uma crise e forçando a contratação direta de empresas ‘apadrinhadas’ pelo mesmo”, diz um dos trechos.
Bernal nega irregularidades e já informou que vai à Justiça para derrubar a Comissão Processante.