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Política

Para dirigente do PT em MS, processo contra Dilma tem seu 'lado bom'

Michel Faustino | 20/04/2016 14:33
Presidente Dilma Rousseff ao lado do ex-deputado federal, atual presidente estadual do PT, Antonio Carlos Biffi. (Foto: Reprodução/Facebook)
Presidente Dilma Rousseff ao lado do ex-deputado federal, atual presidente estadual do PT, Antonio Carlos Biffi. (Foto: Reprodução/Facebook)

Mesmo diante de um cenário negativo, o presidente do Partido dos Trabalhadores em Mato Grosso do Sul, ex-deputado federal Antonio Carlos Biffi, acredita que ainda é possível tirar "algo bom" de todo o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Para o dirigente, o processo contribui para um "amadurecimento político" que leva as pessoas a discernir o que é certo ou errado em política, mesmo havendo controvérsias.

“Eu tenho uma visão um pouco pessoal quanto a tudo isso. Quando me perguntam se isso deve manchar a imagem do PT, eu respondo que não. As pessoas estão entendendo tudo o que está acontecendo, todo o processo. Alguns acreditam cegamente que Cunha (Eduardo Cunha – presidente da Câmara), representa a moralidade, mas muita gente sabe que não é nada disso. As pessoas que estão vendo de longe, sem muito romance, se questionam do por quê estão querendo tirar a Dilma e colocar um corrupto confesso no lugar. É neste aspecto que esse processo é positivo. Agora, as pessoas sabem quem é quem", analisa.

O presidente da Câmara é réu no Supremo Tribunal Federal, suspeito de receber propina do esquema investigado na Lava Jato. Ele também responde a um processo no Conselho de Ética da Câmara.

Apesar de ver 'a coisa', pelo menos neste aspecto, com bons olhos, Biffi não poupa criticas ao processo de impedimento de Dilma Roussef.

“O que presenciamos na noite de ontem (domingo, 17) foi um espetáculo do circo de horror. É lamentável o comportamento dos parlamentares. Vimos muitos corruptos falando de corrupção. Uma tremenda hipocrisia. Além de que, não existe crime. Eles falam das pedaladas, mas se for assim, além do Michel Temer (vice-presidente) pelo menos 18 governadores devem ser cassados pela mesma pratica”, comenta.

Para o dirigente, o que é preocupante, é que muitos 'barganharam' votos com medo de serem implicados em investigações, a exemplo da Lava-Jato.

“O circo foi armado por quem precisa livrar a cara. O PP, por exemplo, fechou todinho com o Cunha, com a promessa que o Temer iria segurar a Lava-Jato. Mais do que eu, mais do que o PT, quem precisa ficar preocupado com toda essa situação é o povo brasileiro. Porquê nossas leis, por exemplo estão nas mãos deles (deputados). Volto a dizer que o espetáculo visto no domingo foi deprimente”, comenta.

Biffi lembra que existem pesquisas que mostram que, 70% da população não aceitam Cunha e nem Michel Temer na presidência, sendo um indicativo da “tese dos dois lados do impeachment”. “Isso demostra que o povo está atento e não vai mais permitir qualquer coisa”, finaliza.

Impeachment - Os deputados aprovaram no domingo (17), por 367 votos, o prosseguimento do processo contra ela. Se a admissibilidade do afastamento for aprovada também pelos senadores, como foi na Câmara, a presidenta será afastada por até 180 dias, enquanto o Senado analisa o processo em si, e define se Dilma terá o mandato cassado.

Na segunda-feira (18), a presidenta recebeu líderes da base aliada na Câmara dos Deputados para debater estratégias. Após o encontro, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), disse que a luta para barrar o impeachment no Senado está “apenas começando”.

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