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Política

Paralisação dos médicos nos postos de saúde e UPAs preocupa vereadores

Kleber Clajus | 30/04/2015 15:30
Câmara pretende convidar prefeito e secretário para debater ajustes na saúde (Foto: Kleber Clajus)
Câmara pretende convidar prefeito e secretário para debater ajustes na saúde (Foto: Kleber Clajus)

Os vereadores de Campo Grande pontuaram preocupação, nesta quinta-feira (30), diante do indicativo de greve de médicos a partir da próxima semana. A medida foi adotada diante do corte de adicionais e gratificações, não tendo efeito apelo da Prefeitura por “união” que impeça retrocesso no atendimento de saúde do município.

Conforme o presidente da Comissão Permanente de Saúde, Paulo Siufi (PMDB), os profissionais chegaram no limite e explicações são necessárias por parte do prefeito Gilmar Olarte (PP) e do secretário de Saúde, Jamal Salem, para pacificar a questão. “Foram retirados benefícios e veio notícia de não ter aumento, o que é lastimável. Falta entendimento e precisamos ter planejamento com tranquilidade, responsabilidade e transparência”.

A proposta de greve foi aprovada pelo Sindicato dos Médicos, ontem (30), tendo início previsto para o dia 6 de maio. Na rede municipal são 1,4 mil profissionais, sendo 706 concursados e os demais contratados.

Na semana passada, médicos tiveram suspensas três gratificações instituídas por decreto entre 2002 e 2011. Ao menos 400 eram beneficiados com ganho financeiro em avaliações anuais e trimestrais relativas a capacitações, cumprimento de resultados e de atuação em ambulatórios, condicionados ao cumprimento de metas e participação em reuniões com a comunidade e conselho gestor.

Em nota, a Prefeitura ressaltou que caso ocorra greve “a população, e não a administração municipal, será a grande prejudicada com um movimento desse tipo, dado o risco de instalação do caos no sistema público de atendimento médico”. O cenário de crise financeira foi a justificativa para as suspensões que integram pacote de medidas adotadas em outras secretarias que somaram economia, de março a abril, de R$ 12 milhões.

Reunir prefeito e secretário, conforme Chiquinho Telles (PSD), se faz necessário para esclarecer o que realmente ocorre na saúde da Capital. Eduardo Romero (PTdoB) adotou postura semelhante ao relembrar que a instabilidade provocada pelos cortes afeta não apenas o salário dos servidores, mas o atendimento da população.

Por outro lado, o Executivo defende não poder abrir mão das medidas de suspensão “em nome de uma categoria específica”. “É preciso lembrar, ainda, que, sem os ajustes adotados, o município correria o risco de descumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal e ficar em situação ainda mais perigosa do ponto de vista do financiamento das ações públicas importantes para toda a população”.

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