PF criou até grupo exclusivo, mas “sumiu” com apuração de atentado a deputado
Da bancada da bala, Loester Carlos disse à reportagem que cobra, regularmente, os resultados da investigação
Apesar de ser tratado como prioridade pela PF (Polícia Federal), o suposto atentado contra o deputado federal Loester Carlos Gomes de Souza (PSL), eleito na condição de aguerrido bolsonarista e expoente da “bancada da bala”, já se aproxima dos cinco meses sem nenhuma resposta. Desta forma, permanecem em aberto as indagações sobre a autoria e motivos.
A notícia do ataque a tiros foi divulgada em 16 de fevereiro, um domingo, nas redes sociais do parlamentar. A emboscada foi na rodovia, a caminho de Sidrolândia, que dista 70 km de Campo Grande.
Na ocasião, Loester Carlos alegou ser vítima e revidou ao ataque. Imagem anexada à postagem no Facebook mostrou um Toyota Corolla, onde o deputado viajava, com vidros estilhaçados e marcas de bala.
Logo no dia 17 de fevereiro, uma segunda-feira, a Superintendência da Polícia Federal em Campo Grande divulgou nota informando sobre a formação de uma equipe exclusiva para investigar o caso.
Conforme o comunicado à imprensa, a PF informou que a investigação será prioritária. “Foi formada equipe para trabalhar com exclusividade para a elucidação do caso, em todos os seus aspectos”, prometeu.
Nesse quase cinco meses, o questionamento do Campo Grande News sobre o suposto atentado é respondido com um texto padrão: “não comentamos investigação em andamento”. A pergunta foi reiterada nesta manhã, mas não houve resposta até à divulgação da matéria.
Já o deputado informou à reportagem que cobra, regularmente, os resultados da investigação. Questionado se permanece com escolta policial, Loester Carlos disse, por meio da assessoria de imprensa, que “adotou novas e inúmeras medidas para sua proteção, que por medidas de segurança não podem ser divulgadas”.
Conforme levantamento do Campo Grande News, o último caso similar de ataque a político em estrada foi registrado em 2008, contra o então deputado estadual Ari Artuzi (já falecido), e entrou para a história como fake news. À época, a perícia da Polícia Civil desmontou, ponto a ponto, a versão apresentada pelo político.