Prefeita diz que irá recorrer à Justiça contra próprio reajuste salarial
Adriane Lopes (PP) afirmou ser contrária ao seu aumento, que a deixa como a mais bem paga do Brasil
A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP) afirmou que entrará na Justiça contra o aumento de 96% no seu salário. Os vencimentos da líder do Executivo municipal a partir de fevereiro 2025 será de R$ 41.845,62. Isso a torna a prefeita mais bem paga entre todas as capitais do Brasil.
RESUMO
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A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, anunciou que irá contestar judicialmente o aumento de 96% em seu salário, que passará a ser de R$ 41.845,62 em fevereiro de 2025, tornando-a a prefeita mais bem paga do Brasil. Apesar de sua oposição ao aumento, que foi aprovado pela Câmara Municipal para corrigir distorções salariais e beneficiar servidores que não recebiam reajustes há mais de 10 anos, Adriane se comprometeu a doar o valor adicional a instituições sociais se não conseguir reverter a decisão. O aumento gerou polêmica, principalmente entre categorias como professores, e foi justificado pelos vereadores como necessário para a adequação salarial das autoridades municipais.
Caso não seja possível reverter a decisão, Adriane pretende doar integralmente o percentual reajustado. O destino dos R$ 20.580,00 seriam instituições sociais que trabalham com educação, saúde e assistência social.
A nota da prefeita na noite deste sábado (4). O texto explica que a Lei Municipal nº 7005/2023 mudou os salários dos cargos de prefeito, vice-prefeito e secretários municipais. "A medida foi aprovada pelos vereadores com o objetivo de corrigir distorções salariais e evitar perdas para 408 servidores municipais, cujas remunerações estão vinculadas ao teto definido pelo subsídio do prefeito, sendo definido que o aumento entraria em vigor em fevereiro de 2025".
Adriane destaca que alguns servidores estavam sem reajuste há mais de 10 anos e dependiam da "adequação" para terem os reajustes nos vencimentos. "Desde o início, a prefeita Adriane Lopes manifestou posição contrária ao aumento de seu próprio subsídio. À época, ela recorreu à Justiça contra a decisão, defendendo que o benefício fosse restrito apenas ao funcionalismo", cita a nota.
O salário anterior de Adriane Lopes era de R$ 21.263,62, o aumento quase dobrou o seu vencimento, passando para os 41.845,62 (96% a mais). Isso significa que ela supera até o prefeito de São Paulo (SP), Ricardo Nunes (MDB), que receberá R$ 38.039,38 por mês.
A lei aprovada por 26 votos a dois após intensos debates, gerou polêmica, especialmente entre categorias de base do funcionalismo, como professores. A justificativa dos vereadores favoráveis ao aumento foi a necessidade de corrigir a defasagem salarial das autoridades municipais.
O teto salarial do funcionalismo brasileiro está atrelado ao vencimento dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), que será de R$ 46.366,19 a partir de fevereiro de 2025. Assim, o reajuste em Campo Grande permanece abaixo desse limite.
Conforme a promessa da progressista, caso não reverta a decisão na Justiça, ela doará R$ 20.580,00 para as instituições sociais. Isso não é novidade entre os gestores públicos em Mato Grosso do Sul. Em 2018, o então governador Reinaldo Azambuja (PSDB) abriu mão de metade do seu salário para doar a entidades que atendem serviços sociais.
Em 2015, quando ele assumiu o primeiro mandato, ele já abriu mão de cerca de R$ 15 mil para o tesouro estadual. Com o vencimento dobrando, ele doou os R$ 15 mil restantes para as instituições.
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