Investigados por fraudes em licitação ostentam maços de dinheiro de propina

Investigados da Operação Laços Ocultos por fraudes em licitação e desvio de recursos públicos na Prefeitura de Amambai - encabeçadas pelo ex-vice-prefeito e ex-vereador do município, Valter Brito da Silva - aparecem ostentando maços de vultosas quantias de dinheiro. As imagens foram extraídas do computador da engenheira Joice Mara Estigarribia, que participava do esquema e que firmou acordo de delação premiada com o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul).

Ao que indica o relatório do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), quem aparece nas fotos são empresários que abrem mão de participação de licitações, mediante pagamento de propina, para dar lugar às empresas ligadas ao ex-vereador. Um deles, segurando maços de dinheiro, brinca: "só pq tá f**".

O grupo, formado por 17 pessoas, foi denunciado à Justiça pelo MPMS em duas ações distintas: uma por enriquecimento ilícito e outra por organização criminosa. A primeira, impetrada em outubro de 2024, ainda não foi aceita pelo juiz da 2ª Vara de Amambai, Daniel Raymundo da Matta. Já a segunda tramita desde novembro de 2023 e, apesar de iniciada na Vara Criminal do município, atualmente segue na 1ª Vara Criminal de Campo Grande.

Atualmente, os principais réus respondem aos processos em liberdade. Valter Brito da Silva teve a prisão domiciliar revogada em setembro do ano passado, assim como a de Letícia de Carvalho Teoli Vitorasso. Júlio Arantes Varoni, Jucélia Barros Rodrigues e Jonathan Fraga de Lima tiveram as tornozeleiras eletrônicas retiradas.

A ação foi desfecho de investigação iniciada pela 1ª Promotoria de Justiça de Amambai sobre atuação da organização criminosa que teria desviado pelo menos R$ 78 milhões nos últimos seis anos através de fraude em licitações de obras e serviços de engenharia, principalmente por meio das empresas ligadas a familiares de Valter Brito.

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