ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SEXTA  22    CAMPO GRANDE 28º

Interior

Três engenheiros estão entre os presos em operação contra sistema corrupto

Mulher do vereador Valter Brito também foi presa, por posse de duas carabinas e 51 munições

Por Helio de Freitas, de Dourados | 17/11/2023 10:21
Dinheiro apreendido em buscas da Operação Laços Ocultos, em Amambai e outras 4 cidades (Foto: Divulgação)
Dinheiro apreendido em buscas da Operação Laços Ocultos, em Amambai e outras 4 cidades (Foto: Divulgação)

Três engenheiros ligados a empreiteiras e uma servidora de carreira do município de Amambai estão entre os alvos dos mandados de prisão preventiva decretados no âmbito da Operação Laços Ocultos. Os engenheiros foram presos e a servidora é considerada foragida.

Deflagrada ontem (16) pelo Ministério Público, a operação investiga esquema de corrupção que teria lucrado, nos últimos seis anos, quase R$ 80 milhões através de licitações fraudulentas e obras superfaturadas.

Além do vereador Valter Brito da Silva (PSDB), o Campo Grande News apurou que foram presos os engenheiros Jonathan Fraga de Lima, da JFL Construtora; Joice Mara Estigarribia da Silva, da J & A Construtora Ltda.; e Leticia de Carvalho Teoli Vitorasso, da C&C Construtora.

Também teve a prisão decretada Jucélia Barros Rodrigues, fiscal de contratos da prefeitura e espécie de “braço direito” de Valter Brito. Entretanto, ela ainda não foi encontrada. Exercendo o nono mandato na Câmara e atual líder do prefeito Edinaldo Bandeira (PSDB) no Legislativo, Brito é sócio de uma construtora em Amambai.

O vereador Geverson Vicentim (PDT) também está entre os investigados. Mandados de busca foram cumpridos em sua casa e no seu escritório e o pedetista teve o celular apreendido. Inicialmente, havia informação de que Geverson estaria com prisão decretada e foragido, mas sua assessoria informou que ele foi alvo apenas de buscas e está incomunicável porque ficou sem o celular.

Além dos seis mandados de prisão, o Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção e o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) cumpriram 44 mandados de busca e apreensão em Amambai, Campo Grande, Bela Vista, Naviraí e Itajaí (SC).

O vereador Valter Brito da Silva, preso ontem na Operação Laços Ocultos (Foto: Amambai Notícias)
O vereador Valter Brito da Silva, preso ontem na Operação Laços Ocultos (Foto: Amambai Notícias)

Armas – Mirian de Carvalho, 54, mulher do vereador Valter Brito, também alvo de mandados de busca, foi presa ontem por posse ilegal de armas e munições. Na casa dela, os policiais encontraram duas carabinas, uma de calibre 22 e outra de calibre 28, além de 50 munições.

Em outro endereço dela, no Residencial Analy, foi encontrada uma munição de calibre 38. Mirian assumiu ser dona do armamento e foi autuada em flagrante, mas pagou fiança e foi colocada em liberdade ontem mesmo.

Outro alvo de mandado de busca preso com armas foi o engenheiro Mauricio Sartoretto Martinez, 57, funcionário concursado da prefeitura. Na casa dele, policiais militares que apoiavam a operação encontraram sete armas de fogo, sendo três delas irregulares. Também estava de posse de munições irregulares, entre as quais cartuchos de fuzil calibre 7,62, de uso restrito.

A operação – Segundo o MP, investigação iniciada pela 1ª Promotoria de Justiça de Amambai relevou existência de organização criminosa que praticava corrupção ativa, corrupção passiva, peculato, fraude em licitações e contratos públicos, além de lavagem de dinheiro. O grupo criminoso envolvendo políticos, servidores municipais e empresários, teria desviado pelo menos R$ 78 milhões nos últimos seis anos.

A organização atua fraudando licitações de obras e serviços de engenharia em Amambai e outros municípios, principalmente por meio de empresas ligadas a familiares, com sócios até então ocultos.

Análise feita em obras executadas por empresas do esquema e contrato apontou superfaturamento e inexecução parcial, além do pagamento de propina a agentes políticos e servidores públicos municipais que deveriam fiscalizar as obras.

*Matéria alterada às 17h15 para correção de informações.

Receba as principais notícias do Estado pelo WhatsApp. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News.

Nos siga no Google Notícias