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Interior

Após cinco meses, servidora investigada na Operação Laços Ocultos se entrega

Jucélia Barros Rodrigues é ré por lavagem de dinheiro e fraude em licitações na Prefeitura de Amambai

Por Helio de Freitas, de Dourados | 23/04/2024 12:16
Jucélia Rodrigues, que se entregou hoje na delegacia em Amambai (Foto: Reprodução)
Jucélia Rodrigues, que se entregou hoje na delegacia em Amambai (Foto: Reprodução)

A servidora pública Jucélia Barros Rodrigues se entregou na manhã desta terça-feira (23) na Delegacia de Polícia de Amambai, a 351 km de Campo Grande. Ela estava foragida desde 16 de novembro do ano passado, dia em que o Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) deflagraram a Operação Laços Ocultos.

Jucélia é apontada como braço direito do vereador Valter Brito da Silva (PSDB), preso no dia da operação e atualmente em prisão domiciliar. Os dois e outros 14 investigados são réus por corrupção ativa, corrupção passiva, peculato, fraude em licitações e lavagem de dinheiro em contratos firmados pela Prefeitura de Amambai com empresas terceirizadas.

Com o cumprimento oficial do mandado de prisão, a servidora está na delegacia e deve ser levada para unidade prisional feminina. Jucélia ocupava o cargo de diretora de Convênios e Projetos da prefeitura até o dia da operação.

Dos 17 réus, apenas Jucélia e o empresário Júlio Arantes Varoni (proprietário da empresa Mariju Engenharia) seguem presos. Os demais estão em prisão domiciliar, monitorados por tornozeleira eletrônica. Varoni foi preso pela Polícia Militar em uma fazenda em Corguinho (100 km de Campo Grande), em março.

O engenheiro Jonathan Fraga de Lima, proprietário da empresa JFL Construtora, também conseguiu benefício de prisão domiciliar com monitoramento eletrônico.

Também são rés no processo as engenheiras Letícia de Carvalho Teoli (sócia proprietária da Empresa C & C Construtora e sobrinha do Valter Brito) e Joice Mara Estigarribia da Silva (proprietária da Empresa J&A Construtora).

Além delas, são réus Maikol do Nascimento Brito (proprietário da empresa MMA Engenharia e sobrinho de Valter Brito); Aldevina Aparecida do Nascimento (proprietária da empresa MMA Engenharia e cunhada de Valter Brito); Ariel Betezkoswski Maciel (proprietário da TS Construtora); José Carlos Roncone (proprietário da Empresa Construtora Roncone); e Luciana Pereira Vieira Adorno Vicentin (proprietária da empresa Águia Construtora).

Ainda estão na lista de réus Carlos Eduardo da Silva (sócio proprietário da empresa Bonomos Construções); Ângela Bonomo (sócia proprietária da empresa Bonomos e mãe de Carlos Eduardo); Fernanda Carvalho Brito (proprietária da empresa Transmaq e filha de Valter Brito); Luiz Henrique Bezerra Rodrigues (proprietário da empresa de mesmo nome); Valdir de Brito (proprietário da Empresa Transmaq e irmão de Valter Brito); e Cassiane Thafilly de Freitas Rodrigues (proprietária da empresa Cassiane Thafilly de Freitas Rodrigues ME).

A investigação - A Operação Laços Ocultos é desfecho de investigação iniciada pela 1ª Promotoria de Justiça de Amambai sobre atuação da organização criminosa que teria desviado pelo menos R$ 78 milhões nos últimos seis anos através de fraude em licitações de obras e serviços de engenharia, principalmente por meio das empresas ligadas a familiares de Valter Brito.

A investigação apontou superfaturamento e inexecução parcial de obras e pagamento de propina a agentes políticos e servidores públicos municipais que deveriam fiscalizar as obras.

Além dos 17 réus, outras 13 pessoas foram alvos de busca e apreensão no dia 16 de novembro, mas não foram denunciadas pelo MP por ausência de indícios de envolvimento com a organização criminosa.

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