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Política

Vereador que infartou após ser preso consegue voltar para casa

Valter Brito da Silva (PSDB) sofreu um infarto e passou por uma angioplastia após investigação ser deflagrada

Por Gabriela Couto | 15/12/2023 13:45
Vereador Valter Brito (PSDB) durante trabalho parlamentar em sessão da Câmara Municipal de Amambai (Foto: Assessoria de imprensa)
Vereador Valter Brito (PSDB) durante trabalho parlamentar em sessão da Câmara Municipal de Amambai (Foto: Assessoria de imprensa)

Valter Brito da Silva (PSDB), vereador de Amambai, município a 351 km da Capital, ganhou o direito de prisão domiciliar após sofrer um infarto e passar por uma angioplastia na última segunda-feira (11).

Ele estava preso desde o dia 16 de novembro, quando a Operação Laços Ocultos foi deflagrada no município. Segundo a investigação da 1ª Promotoria de Justiça de Amambai, o parlamentar participava de organização criminosa que praticava corrupção ativa, passiva, peculato, fraude em licitações e contratos públicos, além de lavagem de dinheiro.

Desde que foi para o Centro de Triagem Anísio Lima, o político pediu para responder o processo em liberdade. Mas o desembargador relator Luiz Claudio Bonassini da Silva negou. Após ter sofrido complicações de saúde, o pedido foi acatado e Valter está em prisão domiciliar.

Conforme a assessoria do político, esse é o terceiro infarto que Valter sofre em três anos. Na última quarta-feira (6), ele passou mal na penitenciária e foi encaminhado à UPA do bairro Tiradentes. No mesmo dia, à noite, foi transferido para a UTI do Hospital Cassems, onde ficou internado. Ele é diagnosticado com obesidade e diabetes.

A Operação Laços Ocultos, do Ministério Público de Mato Grosso do Sul, apura ação de um grupo criminoso envolvendo políticos, servidores municipais e empresários teria desviado pelo menos R$ 78 milhões nos últimos seis anos.

A organização é acusada de fraudar licitações de obras e serviços de engenharia em Amambai e outros municípios, principalmente por meio de empresas ligadas a familiares, com sócios até então ocultos.

A investigação revelou superfaturamento e inexecução parcial de obras e pagamento de propina a agentes políticos e servidores públicos municipais que deveriam fiscalizar os contratos.

Além de Valter Brito, foram presos os engenheiros Jonathan Fraga de Lima, da JFL Construtora; Joice Mara Estigarribia da Silva, da J & A Construtora Ltda.; e Leticia de Carvalho Teoli Vitorasso, da C&C Construtora.

Também teve a prisão decretada a servidora pública Jucélia Barros Rodrigues, fiscal de contratos da prefeitura e espécie de “braço direito” de Valter Brito. Entretanto, ela não foi encontrada. Outro investigado, que não teve o nome revelado, também segue foragido.

O vereador Geverson Vicentim (PDT) também está entre os investigados. Mandados de busca foram cumpridos em sua casa e no seu escritório. O celular dele foi apreendido.

Além dos seis mandados de prisão, o Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) cumpriram 44 mandados de busca e apreensão em Amambai, Campo Grande, Bela Vista, Naviraí e Itajaí (SC).

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