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Interior

Vereador preso em operação contra esquema de corrupção é afastado da Câmara

Valter Brito da Silva é investigado no âmbito da Operação Laços Ocultos, do Ministério Público de MS

Por Helio de Freitas, de Dourados | 28/11/2023 11:07
O vereador Valter Brito da Silva, que está preso há 12 dias (Foto: A Gazeta News)
O vereador Valter Brito da Silva, que está preso há 12 dias (Foto: A Gazeta News)

A Câmara Municipal de Amambai, cidade a 351 km de Campo Grande, aprovou na sessão desta segunda-feira (27), por unanimidade, o afastamento preliminar do vereador Valter Brito da Silva (PSDB), preso no dia 16 deste mês no âmbito da Operação Laços Ocultos, do Ministério Público de Mato Grosso do Sul.

Ex-presidente do Legislativo, ex-vice-prefeito e atual líder do prefeito Edinaldo Bandeira (PSDB), Valter Brito é apontado como chefe da organização criminosa acusada de desviar pelo menos R$ 80 milhões nos últimos seis anos através de licitações fraudulentas e obras superfaturadas.

Ao Campo Grande News, a presidente da Câmara, Lígia Borges (PSDB), autora do requerimento votado em plenário, disse que o afastamento é preliminar, ou seja, não há prazo definido. Entretanto, a Câmara ainda não sabe qual suplente vai convocar para a vaga por causa da mudança de partido de Valter Brito.

Eleito pelo DEM em 2020, o vereador deixou a legenda após a fusão com o PSL – que deu origem ao União Brasil – e se filiou ao PSDB. Lígia Borges disse que a Câmara pediu parecer da Justiça Eleitoral, para saber qual suplente vai ocupar a vaga durante o afastamento.

A operação – Segundo o MP, investigação iniciada pela 1ª Promotoria de Justiça de Amambai relevou existência de organização criminosa que praticava corrupção ativa, corrupção passiva, peculato, fraude em licitações e contratos públicos, além de lavagem de dinheiro. O grupo criminoso envolvendo políticos, servidores municipais e empresários, teria desviado pelo menos R$ 78 milhões nos últimos seis anos.

A organização é acusada de fraudar licitações de obras e serviços de engenharia em Amambai e outros municípios, principalmente por meio de empresas ligadas a familiares, com sócios até então ocultos. A investigação revelou superfaturamento e inexecução parcial de obras e pagamento de propina a agentes políticos e servidores públicos municipais que deveriam fiscalizar os contratos.

Além de Valter Brito, foram presos os engenheiros Jonathan Fraga de Lima, da JFL Construtora; Joice Mara Estigarribia da Silva, da J & A Construtora Ltda.; e Leticia de Carvalho Teoli Vitorasso, da C&C Construtora.

Também teve a prisão decretada a servidora pública Jucélia Barros Rodrigues, fiscal de contratos da prefeitura e espécie de “braço direito” de Valter Brito. Entretanto, ela não foi encontrada. Outro investigado, que não teve o nome revelado, também segue foragido.

O vereador Geverson Vicentim (PDT) também está entre os investigados. Mandados de busca foram cumpridos em sua casa e no seu escritório. O celular dele foi apreendido.

Além dos seis mandados de prisão, o Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção e o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) cumpriram 44 mandados de busca e apreensão em Amambai, Campo Grande, Bela Vista, Naviraí e Itajaí (SC).

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