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Política

Prefeito deixa PV e acusa dirigente de tomar decisões sem ouvir lideranças

Léo Matos foi único prefeito eleito pelo Partido Verde em MS e deve se filiar à legenda criada por Gilberto Kassab

Helio de Freitas, de Dourados e Kleber Clajus | 26/03/2015 15:11
Léo Matos pediu desfiliação do PV e deve ingressar na nova legenda que está sendo criada por Gilberto Kassab (Foto: Divulgação)
Léo Matos pediu desfiliação do PV e deve ingressar na nova legenda que está sendo criada por Gilberto Kassab (Foto: Divulgação)

O prefeito de Naviraí, Léo Matos, não é mais filiado ao Partido Verde, pelo qual foi eleito em 2012. Ele protocolou ontem no Diretório Estadual do partido o desligamento da sigla, que perde o seu único prefeito em Mato Groso do Sul. Através da assessoria, Matos disse que deixa o PV por não concordar com as decisões tomadas pelo presidente estadual, Marcelo Bluma.

“Ele tomou decisões sem consultar algumas lideranças do partido. É importante estar em um partido em que possa dar sua opinião, mostrar seu pensamento e isso não vinha acontecendo”, disse Léo Matos, prefeito da sexta maior cidade do Estado, localizada a 366 km de Campo Grande.

Matos afirmou que mesmo fora da legenda, vai continuar “na luta” com os vereadores do PV. “Dentro do partido deixo grandes companheiros que terão sempre meu carinho, respeito e admiração, pois brigam pelo mesmo ideal que o nosso".

Léo Matos informou ter recebido convite de outros partidos como, PSB e PL. O segundo está sendo montado pelo ministro das Cidades e ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. “Vamos analisar todos os convites com carinho e escolher um partido que tenha o mesmo pensamento que o nosso. É claro que um convite do ministro das Cidades pesa neste momento”, disse ele, indicando que deve se filiar à nova legenda assim que o PL criado oficialmente.

“Infiel” – Ao Campo Grande News, Marcelo Bluma disse que Léo Matos pediu desfiliação para evitar a expulsão das fileiras do Partido Verde. “É verdade que ele protocolou o pedido de desfiliação, mas temos de considerar que na eleição de 2014 ele não fez campanha para os candidatos do PV. Um dos filiados protocolou representação com fotos pedindo abertura de comissão de ética. Antes de ser notificado, ele preferiu pedir a desfiliação para não ser expulso, diante de denúncia consistente, e o processo perdeu o objeto”.

Apesar da divergência com o prefeito, Marcelo Bluma deixou claro que o partido não pretende reivindicar na Justiça o mandato de Léo Matos por infidelidade partidária: “Ele fica sem partido e livre para escolher outra sigla, mas não corre risco de perder o mandato. Não perdemos um prefeito, porque ele não ajudou o PV, mas sim a eleger candidatos de outros partidos. Estamos sendo rígidos com a questão da fidelidade partidária e vamos cobrar dos filiados coerência e compromisso com o programa”.

Briga antiga – A desavença entre Léo Matos e Marcelo Bluma começou antes da campanha de 2014. Em julho do ano passado, Léo Matos disse não ter sido recebido na sede estadual do PV na Capital, onde tinha ido para questionar a decisão da convenção estadual de apoiar o então candidato do PT ao Governo do Estado, senador Delcídio do Amaral.

“A situação está esquisita. Nós do interior não fomos convidados para a convenção. Sou o único prefeito do partido, da sexta maior cidade do Estado e não tenho valor nenhum para eles”, afirmou ele na época. Léo Matos apoiou o candidato do PMDB ao governo, o ex-prefeito Nelsinho Trad.

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