Prefeitura fará nova proposta a professores e quer parcelar reajuste de 13%
A prefeitura de Campo Grande vai apresentar na próxima segunda-feira, dia 8, uma nova proposta para pôr fim a greve dos professores. De acordo com o vereador Edil Albuquerque (PMDB), o Poder Executivo quer diluir o reajuste de 13,01% do piso salarial em parcelas mensais até o fim de 2015. “Será uma proposta firme”, afirma Edil, que apesar de “demissionário” do cargo, ainda atua como líder do prefeito Gilmar Olarte (PP) na Câmara Municipal.
De acordo com o vereador, a Secretaria de Administração vai apresentar a proposta para a ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública) na tarde de segunda-feira. Ele não revelou a quantidade nem valor da parcelas. Conforme o Edil, será simulado o impacto financeiro na folha de pagamento mês a mês.
Nesta terça-feira, professores e estudantes foram à Câmara em busca de apoio dos parlamentares. A professora Patrícia Guimarães disse que a classe política está em descrédito. "Nós só acreditamos vendo. Na história de Campo Grande, nunca teve esse descaso com os professores", diz.
A educadora Suênia de Souza Oliveira Careaga é mais otimista. “Queremos que dê certo a proposta. É o nosso desejo”, afirma.
Em janeiro deste ano, o piso nacional do magistério teve aumento de 13,01%, percentual que ainda não foi concedido para os educadores da Reme (Rede Municipal de Ensino). Olarte propôs elevar os salários dos profissionais em 8,3% a partir de outubro, mas a categoria não aceitou.
A greve começou em 25 de maio. Dois dias depois, o TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) determinou o retorno de 66% da categoria, sob pena de multa diária de R$ 50 mil. A rede municipal tem 8,3 mil professores, sendo seis mil concursados e 2,3 mil convocados, e 101 mil alunos.
Conforme a prefeitura, a cidade é a única Capital em que os professores, em sua quase totalidade, ganham acima do piso nacional. “O piso prevê pagamento de R$ 1.917,78 por uma carga horária de 40 horas e a Prefeitura paga no mínimo R$ 2532,00 para uma jornada de 20 horas, ou seja, 32% a mais que a lei nacional”, informa.