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Política

PSOL envia denúncia contra João Henrique ao Ministério Público Estadual

Partido de Mato Grosso do Sul pediu investigação de órgão após deputado exibir livro da história de Hitler

Gabriela Couto | 10/03/2023 16:51
Deputado estadual João Henrique Catan (PL) segurando livro que conta a história de Adolf Hitler na tribuna da Assembleia Legislativa, na última terça-feira (7). (Foto: Reprodução)
Deputado estadual João Henrique Catan (PL) segurando livro que conta a história de Adolf Hitler na tribuna da Assembleia Legislativa, na última terça-feira (7). (Foto: Reprodução)

Está nas mãos do MPE (Ministério Público Estadual) a denúncia do PSOL de Mato Grosso do Sul contra o deputado estadual João Henrique Catan (PL). O documento protocolado nesta quinta-feira (9) pede a investigação do órgão após o parlamentar exibir o livro Mein Kampf, de Adolf Hitler, durante discurso na Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul, na última terça-feira (7).

De acordo com a denúncia, Catan mostrou o livro de maneira “completamente demagógica e desnecessária, como forma de ilustrar seu argumento, acabou por legitimar um dos maiores símbolos da existência de uma ideologia que culminou nos horrores da Segunda Guerra Mundial e do Holocausto, ferindo princípios constitucionais do Estado Democrático de Direito e a dignidade do cargo”.

O PSOL ressaltou ainda que a desculpa do deputado de que a fala ocorreu fora de contexto não diminui a gravidade do ato e que ao propagar a obra o deputado fez desserviço à sociedade.

A representação ainda cita, como fator preocupante relacionado ao tema, o estudo divulgado no início de 2022, da antropóloga Adriana Dias, especialista no assunto, que identificou um crescimento de 270,6% no número de células neonazistas no Brasil entre janeiro de 2019 e maio de 2021.

Em declaração oficial, a presidente do diretório regional do PSOL, Margila Leal, afirmou que o partido seguirá na luta pela defesa da democracia e contra qualquer posição ou movimento autoritário e que pregue ideologias preconceituosas, racistas e fascistas. Que é dever de todo partido democrático e, portanto, de todas as lideranças partidárias, se manifestar contra atitudes como a do deputado.

A reportagem procurou o parlamentar para se manifestar sobre a representação, mas até o fechamento desta matéria ele não havia se posicionado. O espaço segue aberto.

Nesta quinta-feira (10), Catan afirmou que acionará mais de 50 portais de notícia que citaram seu discurso, segundo ele, de forma errônea. O parlamentar defende que fez menção à obra para comparar a apatia do posicionamento do Legislativo frente ao Executivo.

O presidente da Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul), Gerson Claro (PP), repudiou a manifestação e disse que a Casa de Leis irá prosseguir com o regimento interno em caso de provocação feita na corregedoria ou comissão de ética. Até o momento nenhum dos 23 deputados ou cidadão pediu a abertura da investigação no Legislativo.

Vale ressaltar que o deputado gaúcho Leonel Radde (PT-RS) acionou o MPF (Ministério Público Federal) com pedido de instauração de inquérito para apurar a conduta do mandatário sul-mato-grossense.

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