PT surpreende e deixa base de apoio a Bernal menor na Câmara Municipal
Os vereadores do Partido dos Trabalhadores que, até ontem, eram aliados de primeira hora do prefeito Alcides Bernal (PP), considerados, naturalmente, da base do governo pelos parlamentares da Casa, foram os primeiros a cobrar mais atitude do Executivo. Disseram, hoje, que continuam apoiando a atual gestão, mas agora são independentes.
A posição veio um dia após o partido divulgar uma nota criticando a postura de Bernal em relação a condução das negociações para composição do secretariado. O vereador Airton Araújo foi o que demonstrou maior indignação com a falta de diálogo do prefeito e definição sobre a forma de o PT participar da administração municipal. “O PT não precisa de migalhas”, chegou a declarar se referindo a indicação de um membro do partido para ocupara a liderança da base no Legislativo.
Marcos Alex ponderou a situação, dizendo que apesar da declaração do partido de permanecer independente na Câmara, não conseguia se ver fora da base, considerando o tempo que permaneceu ao lado de Bernal e sua oposição ao prefeito afastado Gilmar Olarte. “Não consigo me ver fora da base do prefeito Bernal. Vou continuar fazendo o trabalho e espero que essa situação se resolva o mais rapidamente possível”, comentou.
Para Marcos Alex, a solução para o problema momentâneo está na recuperação do diálogo e que a nota divulgada por seu partido faz parte da construção política. “Não concordamos com nomeações de secretários interinos”, afirmou, acrescentando que o tempo é curto para ficar trocando comando.
Segundo Alex, depois de um primeiro contato com Alcides Bernal sobre a possibilidade de o partido compor o governo, ocupando o mesmo espaço da primeira parte do mandato, não houve mais qualquer resposta por parte do prefeito, o que levou a direção do PT a tomar um posicionamento, liberando Bernal de qualquer preocupação sobre liberação de cargos à legenda. “Não condicionamos nosso apoio. Não pleiteamos mais cargos. A iniciativa do jogo cabe a ele (Bernal)”, ressaltou.
O vereador petista também questionou o fato de nomeações de secretários sem o corpo técnico em algumas pastas, o que inviabilizaria o resultado do trabalho, demonstrando um governo concentrador, o que para Alex é um ponto ruim. “Bernal não pode esquecer do diálogo político para a construção do seu governo, que deve ser de coalizão e não de colisão”, destacou o vereador.
Thais Helena, também mais moderada, revelou que deve continuar votando em favor dos projetos do prefeito, que possa recuperar a estabilidade financeira e política na Capital. “O fato de não estarmos na base não significa que não vamos apoiar a gestão de Bernal”, afirmou.
A vereadora Luiza Ribeiro (PPS) não acredita que o PT vá permanecer fora da base do prefeito Bernal, depois de tanto tempo juntos, “inclusive nos momentos mais difíceis. Tenho certeza que o prefeito e o PT vão encontrar uma saída. Não acredito em posição de afastamento”, destacou.
Luiza Ribeiro disse que seu partido vai permanecer na base do governo, independente de cargo. “Temos que estar pela cidade e para fortalecer o prefeito Bernal”, afirmou. O PPS ocupa o mesmo espaço da gestão anterior, o comando da Funsat (Fundação Social do Trabalho de Campo Grande), para qual foi nomeada ontem, como interino, o oficial de justiça e suplente de vereador Aldo Donizete.