Reinaldo e Maggi abrem Expogrande exaltando força da carne brasileira
Recuperação do mercado foi tema durante solenidade, junto ao reforço das críticas à Operação Carne Fraca
O governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), e o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, abriram a edição de 2017 da Expogrande em solenidade realizada na noite desta quinta-feira (30) no Parque de Exposições Laucídio Coelho, palco da principal feira agropecuária do Estado. Ambos ressaltaram a força do mercado da carne.
A abertura da Expogrande foi o último compromisso político de Maggi em Campo Grande na visita realizada nesta quinta. Ele destacou a importância da feira como um centro de negócios para a agropecuária brasileira.
"Eu disse várias vezes que o Brasil quer ser reconhecido pelo que já fez, no mínimo como referência de mercado. Estavamos caminhando bem, já com 7% do mercado mundial da carne conquistado, querendo chegar a 10% em cinco anos", explica o ministro.
Na sequência, Maggi traçou um histórico da carne brasileira e voltou a criticar a Operação Carne Fraca. "Aí veio essa operação da Polícia Federal e fez com que tenhamos que começar tudo de novo", frisa, completando com mais.
"Não estou reclamando da operação. Só estou reclamando da forma como ela foi feita. O Brasil demorou mais de 40 anos para conquistar o mercado internacional de alimentos e agora temos que remar tudo de novo", afirma.
Maggi também conta que em reuniões que participa fora do país, como ministro da Agricultura do Brasil, a pauta acaba sendo o meio ambiente. "Os outros países não fizeram pela sanidade animal, mas agora nós é que temos que dar explicações sobre uma questão que sempre procuramos fazer da forma correta".
Recuperação - No discurso do governador Reinaldo Azambuja, ele ressaltou a recuperação do setor aos presentes, entre eles produtores e vários políticos regionais, como o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), os senadores peemedebistas Simone Tebet e Waldemir Moka, e o deputado estadual Carlos Alberto David dos Santos, o Coronel David (PSC).
"O setor produtivo da carne sempre esteve na ponta, girando firme na nosa economia, e agora é hora de refletir nossa importância para a economia do Brasil", exalta Reinaldo, logo depois tecendo elogios ao ministro.
"O Blairo é a pessoa certa, no lugar certo e na hora certa. Ele soube restabelecer com rapidez o mercado internacional da carne para o Brasil e agora o desafio maior é recuperar a confiança do consumidor brasileiro", diz o governador.
A Operação Carne Fraca voltou a ser tema no discurso de Azambuja, a classificando como "ação pirotécnica" o trabalho, neste caso, feito pela Polícia Federal e o Ministério Público, que encabeçaram a investigação.
"São órgãos pelos quais tenho profundo respeito porque estão passando o Brasil a limpo, mas não podemos aceitar uma ação que pega 21 frigoríficos e transforma isso em algo que envolve toda uma cadeia produtiva. Precisamos virar essa página e voltar nossa atenção para o futuro", finaliza o governador.
Visita - A visita realizada em Campo Grande por Maggi começou com um almoço na churrascaria Bezerro de Ouro, no bairro Chácara Cachoeira, ao lado de Reinaldo. No cardápio, havia inclusive carne da marca Friboi, que pertence ao Grupo JBS, citado na Operação Carne Fraca. O ministro também brincou que, hoje, iria descobrir se a carne local é melhor que a do Mato Grosso.
Já nas primeiras entrevistas, Maggi e Reinaldo falaram sobre a força da carne brasileira, a perspectiva de recuperação do mercado e fizeram críticas a forma como foi realizada e divulgada a operação da PF.
Durante à tarde, o ministro participou da inauguração do Biopec (Laboratório de Biossegurança Pecuária), na sede da Embrapa Gado de Corte, na região oeste de Campo Grande. Lá, ele destacou que o local vai restabelecer a confiança na carne e voltou a criticar à PF, afirmando que a instituição jogou a credibilidade do produto brasileiro no lixo.