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Política

Relator da Lava Jato autoriza PGR a analisar omissão na delação de Delcídio

Medida atende a pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e pode levar à anulação da colaboração do ex-senador

Humberto Marques | 07/06/2018 15:25
Delcídio não mencionou em delação suposta propina a Maggi e Zeca, relatada no fim de 2017; ex-governador de MS nega. (Foto: Arquivo)
Delcídio não mencionou em delação suposta propina a Maggi e Zeca, relatada no fim de 2017; ex-governador de MS nega. (Foto: Arquivo)

O relator da Operação Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou que a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, analise se houve omissão na delação premiada do senador cassado Delcídio do Amaral. A decisão foi tomada na quarta-feira (6) e, conforme o ministro, a pretensão da PGR em reanalisar a delação é “legítima”.

Dodge solicitou no fim de maio a nova análise do documento, para verificar se houve omissão de Delcídio durante a delação, em março de 2016, ao não relatar repasses de propina da Odebrecht para o senador e atual ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP-MT), e ao deputado federal Zeca do PT, durante a campanha eleitoral de 2006.

Tais acusações foram apresentadas pelo senador cassado apenas no fim de 2017. Com isso, Dodge admite abrir um processo de revisão da colaboração de Delcídio, o que poderia levar à anulação do acordo –firmado durante o período em que o ex-petista, que neste ano se filiou ao PTC, permaneceu preso durante apurações da Lava Jato.

Negativa – Na decisão em que autoriza a análise, Fachin destaca que há previsão para “retratação da proposta pelas partes contraentes”, permitindo assim “subsidiar eventual abertura de procedimento interno de revisão do acordo”. A PGR terá 15 dias para concluir a análise.

A reportagem não conseguiu localizar Delcídio para comentar a decisão do STF em relação ao pedido de Dodge. Zeca do PT, por sua vez, negou que tenha recebido propina em 2006 porque, naquele momento, concluía seu segundo mandato de governador e não era candidato. “Não tenho medo de delação ou de empreiteira boazinha a ponto de dar dinheiro a quem não era candidato”, afirmou, declarando ainda que o ex-senador mentiu ao lhe acusar.

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