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Antigos companheiros, Lula e Delcídio estão em pé de guerra

Marta Ferreira | 24/10/2017 06:00

Imbróglio – O ex-presidente Lula e o ex-senador de MS Delcídio do Amaral, que um dia já foram aliados de primeira hora, agora travam batalha jurídica cheia de acusações de, por assim dizer, “trairagem”. Lula insiste no pedido de indenização de R$ 1,5 milhão ao político sul-mato-grossense, por ter prejudicado sua imagem na delação premiada que o livrou o ex-petista da prisão.Vale lembrar que, em setembro deste ano, a Procuradoria da República pediu anulação do acordo.

Elemento novo – Em abril de 2018, o juiz responsável havia negado o pedido de Lula. Mas, além de apresentar recurso, a defesa dele alega mudança no quadro, em razão do pedido de anulação da delação do ex-senador, justamente sob o argumento de que Delcídio mentiu para se beneficiar.

Palavras duras – No texto do recurso de Lula, o advogado Cristiano Zanin acusa Delcídio de, em nome apenas dos “interesses próprios”, fazer afirmações “caluniosas, difamadoras e injuriosas contra Lula. No depoimento que o tirou da prisão, o ex-senador afirmou que Luiz Inácio havia pedido para impedir o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró de contar o que sabia sobre o escândalo de corrupção na estatal.

“Inocente” – Delcídio e Lula eram réus no mesmo processo na Justiça Federal. Em suas alegações finais, a Procuradoria da República pediu que o ex-presidente seja inocentado, por não haver provas de tentativa de obstrução da Justiça contra ele. Em relação a Delcídio, que havia feito acordo para não ser condenado, o pedido é de revisão dos benefícios. A defesa do ex-senador entregou as alegações finais sobre o assunto na sexta-feira (20).

Quero falar – No processo sobre o pedido de indenização, o próximo passo é o Tribunal de Justiça paulista decidir se vai atender um pedido inusitado de Lula. O ex-presidente não quer que a decisão sobre seu recurso se apenas no ambiente virtual. Quer que seja ao vivo e com direito a sustentação oral.

Obrigado – Em evento ontem na Fiems (Federação das Indústrias de MS), o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) fez questão de agradecer aos deputados estaduais por terem votado com rapidez projetos na área fiscal. Foram três em apenas uma semana, prevendo renegociação de débitos, prorrogação de benefícios fiscais e criação de um fundo na área, com parte dos recursos dos incetivos.

Bem comum - Azambuja comentou que em muitos estados, os governadores tiveram dificuldades em aprovar as matérias sobre incentivos fiscais. 'Aqui não houve cores partidárias, todos votaram em favor do Estado, até a oposição'.

Vem mais - O governador disse que em breve vai mandar outro projeto para ampliar o Refis a outras taxas à Assembleia. O atual vale para impostos estaduais e a intenção é que possam ser renegociadas dívidas que vão além dos tributos.

Contratempo – O presidente da Assembleia, Junior Mochi contou que quando foi conversar com representantes da JBS em São Paulo se atrasou em mais de uma hora, devido ao trânsito da cidade. Já complicado, o fluxo estava ainda pior em razão de dois eventos, o show da banda irlandesa U2 e a apresentação do Circo de Soleil.

Desabafo – Na Fiems, Mochi afirmou que, apesar das críticas e da “criminalização da política”, ainda tem orgulho de ser político e que ao contrário do que se diz, trabalha muito pelos interesses do Estado, seja setor econômico, assim como trabalhadores.

(Com Leonardo Rocha)

 

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