Salários abaixo do mínimo são discutidos em reforma administrativa, diz prefeita
Solução virá "dentro da realidade” da prefeitura, garante Adriane Lopes (Patriota)
A prefeitura de Campo Grande não tem ainda um projeto para resolver a situação de servidores que ganham salários abaixo do mínimo, que hoje é R$ 1.212, mas a prefeita Adriane Lopes (Patriota) garante que a mudança faz parte de reforma administrativa, que está fazendo e a solução virá, porém “dentro da realidade” da prefeitura. Ocorre que os servidores recebem mais do que isso com os acréscimos feitos à remuneração base, mas quando se aposentam o valor cai para menos do mínimo.
Com uma comissão formada para debater o tema, vereadores levantaram o assunto em sessão ordinária, na quinta-feira (17), mas relatam que a discussão não avançou porque não houve proposta da prefeitura.
Há três meses, parlamentares anunciaram reunião com o então secretário Municipal de Gestão, Agenor Mattiello, para discutir o assunto, mas após as eleições, a prefeita mudou o titular da Seges (Secretaria Municipal de Gestão). Mattiello era da gestão do ex-prefeito Marquinhos Trad (PSD), que deixou a prefeitura para ser candidato a governador.
Em discussão - Adriane informou que a nova secretária de Gestão, Maria das Graças Macedo, está conversando e levando à Cogeplan (Comissão Permanente de Gestão dos Planos de Carreiras e Remuneração) esse tema.
A prefeita garante que a discussão não volta ao começo com a troca de secretários, mas admite que o assunto faz parte de uma “construção” dentro de uma reforma administrativa para que possa ser implementado algo dentro das possibilidades dos cofres da prefeitura.
“É uma necessidade do servidor, mas a gente precisa fazer construção. Acho que tudo faz parte do ajuste que nós estamos fazendo. Estamos em uma reforma administrativa e a valorização dos nossos servidores é muito importante. Nós vamos sim dar atenção a essa pauta dentro daquilo que é a nossa realidade. A gente pega a discussão no patamar em que ela está e traz para a gestão para ser discutida aqui dentro e ver a viabilidade”, disse a prefeita ao Campo Grande News, em seu gabinete, na sexta-feira (18).
Vereadores - Na Câmara, a comissão que acompanha o tema é composta pelos vereadores Valdir Gomes (PSD); Alírio Vilassanti, o “Coronel Vilassanti" (União Brasil); Victor Rocha Pires de Oliveira, o “Dr. Victor Rocha” (PP); Marcos Tabosa (PDT) e André Luís Soares, o “Prof. André” (Rede). O vereador Valdir reclamou da demora por uma proposta, durante a sessão na quinta-feira (17).
“Tem cerca de 6 mil servidores nessa situação. A prefeitura não paga quinquênios e mudança de letra. A folha de pagamento era de R$ 95 milhões em 2017 e agora é de R$ 186 milhões. Como, se não aumenta o salário do servidor? Como explica a dobra da folha se não dá aumento? Quando você leva seu filho à escola, tem uma pessoa que está na recepção, ela ganha menos que um salário mínimo. Sabe quanto tempo de serviço eles têm? Têm 10, 20, até 30 anos e ganham menos que um salário mínimo”, disse Valdir.