Se houver políticos, nomes serão divulgados até quinta, diz delegado
Suposta rede de prostituição de adolescentes, investigada pela DPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), deve ter divulgado o nome dos envolvidos até quinta-feira (22). Há indícios do envolvimento de outros políticos, após flagrante de extorsão contra o vereador Alceu Bueno (PSL) resultar na prisão do ex-vereador Robson Martins e do empresário Luciano Roberto Pageu.
“Por enquanto é prematuro. Vamos terminar com segurança para fazer um trabalho completo. Se houver nome de outros políticos será mencionado no dia [da coletiva]”, comentou o delegado Paulo Sérgio Lauretto.
A prisão em flagrante de Robson e Luciano, na quinta-feira (16), por crime de extorsão foi convertida em preventiva pelo juiz da 5ª Vara Criminal, Waldir Peixoto Barbosa, tendo em vista conexão do caso com processo que tramita sob sigilo na 7ª Vara Criminal. Desde então os dois tiveram pedidos de liberdade negados e dizem, conforme o advogado de defesa Ramão Sobral, terem sido apenas mediadores em um processo comandado por Fabiano Viana Otero.
Extorsão e exploração sexual – Conforme inquérito policial, Fabiano Viana teria induzido adolescentes a registrarem com microcâmeras encontros com diversas pessoas, incluindo Alceu Bueno que é pastor evangélico e está em seu primeiro mandato na Câmara Municipal de Campo Grande.
O vereador foi procurado, em 23 de março, pelo empresário do segmento evangélico Luciano Roberto que invocou a Deus para oferecer ajuda: “Deus te blindou. Caíram umas meninas que iriam te extorquir”. Ele ainda sugeriu apoio do advogado e ex-vereador Robson Martins, que passou por situação semelhante, para mediar a recuperação de imagens com Fabiano e uma suposta cafetina.
Três dias depois, Bueno arrecadou com amigos e empréstimos R$ 100 mil para resolver o problema que continuou com novos pedidos de R$ 24 mil e R$ 50 mil, além do financiamento de viagem da cafetina até Minas Gerais. Já sem recursos, ele decidiu recorrer a polícia.
Policiais monitoraram novo encontro do grupo, na última quinta-feira, quando Luciano e Robson foram presos em flagrante após o vereador entregar R$ 15 mil no estacionamento do hipermercado Walmart, na Vila Célia.
Bueno, por sua vez, disse ter aceito participar do flagrante por ser inocente no processo e “um homem de bem”. Já sua situação na Câmara Municipal deve ser definida somente depois de esclarecido seu envolvimento ou não em inquérito sobre exploração sexual de adolescentes investigado pela DPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente).