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Política

Sem luz e dinheiro para pagar salários, Sisem cobra R$ 655 mil de Bernal

Aline dos Santos | 30/07/2013 11:39
Bernal não repassou contribuição descontada do salário de servidores. (Foto: Cleber Gellio)
Bernal não repassou contribuição descontada do salário de servidores. (Foto: Cleber Gellio)

O Sisem (Sindicato dos Servidores Municipais de Campo Grande) cobra na Justiça que o prefeito Alcides Bernal (PP) repasse R$ 655.182 relativos ao imposto sindical e contribuição associativa. Sem dinheiro, a entidade teve a luz cortada e atrasou o pagamento dos salários dos funcionários há três meses.

De maior valor, a ação para receber o imposto sindical, cobrado uma vez por ano de todos os servidores municipais, soma R$ 505.617. O processo deu entrada no dia 15 de julho.

Já a segunda ação foi distribuída ontem pela Justiça Estadual. O mandado de segurança pede liminar para pagamento imediato de R$ 149.565. Presidente do Sisem, Marcos César Malaquias Tabosa, parte para o ataque e diz que Bernal roubou o sindicato.

“A luz está cortada, os funcionários estão há três meses sem receber, o nome do Sisem foi para protesto e devem cortar a água nesta semana”, relata, sobre o cenário de penúria diante do bloqueio dos valores.

Segundo ele, a situação acontece desde março. “A gente tinha uma ‘gordurinha’. Agora tem até que usar dinheiro próprio”, reclama. O bloqueio do dinheiro foi denunciado por Tabosa em depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Calote, formada por vereadores para investigar a contratação de empresas com dispensa de licitação e por que outras ficam sem receber.

“Vem o procurador que já foi ‘ex-tudo’ e diz que o Tabosa é mentiroso”, dispara. Segundo o presidente do Sisem, o procurador-geral do município, Luiz Carlos Santini, afirmou que a Prefeitura recebeu orientação para não depositar os valores.

Em 24 de abril, devido a impasse sobre o período do mandato dos dirigentes sindicais, o MPT (Ministério Público do Trabalho) recomendou a Bernal que suspendesse os repasses ao Sisem . No dia 30 de abril, o MPT solicitou que decisão anterior perdesse o efeito.

Além da cobrança, o Sisem denunciou Bernal ao Ministério Público por improbidade administrativa e pede cassação de seu mandato. Em caso de condenação para pagar os valores, será cobrados juros e correção, desta forma, por tabela, o contribuinte também paga a conta.

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