Sessão comunitária em dia útil atrai poucos moradores no Jardim Botafogo
A sessão comunitária desta quarta-feira (3) aconteceu no Jardim Botafogo, mas de comunitária nada tinha, já que se constava nos dedos a quantidade de moradores do bairro presentes à sessão.
Era possível vê-los de forma descontraída. Alguns concentrados e prestando atenção nos colegas da região que falavam na tribuna montada, outros estavam distraídos mexendo no celular. Outros abordavam os vereadores em pé e, por ali, já faziam reivindicações ou congratulações.
A iniciativa da sessão é feita com intenção de ouvir as principais reivindicações da população local, mas a maior reclamação dos poucos representantes do bairro que ali estavam era sobre o horário da sessão.
"Recebemos a confirmação da sessão às 17h da última segunda-feira (1), bem na hora que chovia muito o que dificultou para a gente convidar os vizinhos, porque muitos trabalham nesta hora da manhã que foi marcada. O ideal era que fosse feito no sábado para que todos pudessem participar" lamentou Geralda Fátima Spinola Rafael, esposa de um dos líderes do bairro.
Havia aproximadamente 15 moradores presentes. Cerca de meia dúzia de agentes de saúde local participaram da sessão e o restante dos presentes era de algumas lideranças das principais vilas da região. Muitas cadeiras ficaram livres na quadra coberta da Escola Professora Flavina Maria da Silva.
Além dos presidentes dos bairros, eram aposentados e donas de casa com os filhos. A principal pauta abordada foi o pedido da implementação de infraestrutura como: drenagem, bocas de lobo, asfalto e segurança.
Irmã Fátima Cardoso, é presidente do Instituto Social Pioneira e destacou a dificuldade de trazer mais moradores devido o horário realizado. Ela alegou que é bem quando a maioria está trabalhando, mas pediu para os vereadores pedirem um reforço da guarda municipal nos postos de saúde, porque, durante a noite, estão sendo saqueados e medicamentos foram roubados.
Jerse Messias, 60 anos, técnico de sistema ressaltou o problema do posto de saúde e a dificuldade que a população tem tido em tirar sangue. Ele alegou que as pessoas deixam o nome em uma lista de espera e só quando completa cinquenta nomes, eles são levados até o posto central do bairro. É realizado desta forma por falta de coletor contou.
Entre os comerciantes presentes, a reclamação era a mesma, o pedido de retirada da feira livre que acontece aos domingos na principal avenida do bairro: a Ana Luiza de Souza. Segundo o presidente do bairro Porto Galo, Ariovaldo Ribeiro de Oliveira, a via fica intransitável e atrapalha os grandes comerciantes da região. "A feira já foi trocada de local e mesmo assim ainda atrapalha o trânsito. O ideal era que ela fosse transferida para uma rua menor, para ela com menor fluxo" ressaltou Oliveira.
Aparecido Rocha, 69 anos mora há 40 anos no bairro e afirmou que entra e saí prefeito e a drenagem e o asfalto prometido nunca chegam. "A falta de asfalto é um problema sério sempre, porque quando não chove a poeira é terrível e se chove alaga deixando o bairro todo em alerta. Nas escolas as professoras quando veem o mal tempo já liberam os alunos porque senão ficam ilhados" falou Aparecido exigindo que algo seja feito.
Quando a sessão acabou alguns moradores procuraram os vereadores presentes e foi possível ver que os que ali estavam haviam ido a pé por morarem bem perto, de bicicleta ou moto. Nenhum, nesta quarta-feira, foi de carro.