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Política

Soraya critica encenação de aborto no Senado e desafia: "encenem o estupro"

Sul-mato-grossense defendeu a vigência das três tratativas que garantem o direito legal ao procedimento

Por Gustavo Bonotto | 18/06/2024 23:14
A senadora Soraya Thronicke (Podemos) caracterizou a cena como "teatro" durante sessão plenária do Senado. (Foto: Reprodução/TV Senado)
A senadora Soraya Thronicke (Podemos) caracterizou a cena como "teatro" durante sessão plenária do Senado. (Foto: Reprodução/TV Senado)

A senadora Soraya Thronicke (Podemos) criticou, no início da noite desta terça-feira (18), a dramatização que simulou a reação de um feto ao aborto, feita no Senado Federal, em meio a votação que colocou a urgência no projeto de lei que equipara o procedimento ao crime de homicídio.

Thronicke pontuou que pessoalmente é contra a interrupção da gestação e defendeu que existe vida desde a concepção. Disse, porém, que o Estado é laico e que o aborto é legal no país em três situações: em caso de estupro, de anencefalia fetal ou de risco de morte à gestante.

"Eu queria até o telefone, o contato daquela senhora que esteve aqui ontem, encenando aquilo que nós vimos. Sabe por quê? Porque eu quero ver ela encenando a filha, a neta, a mãe, a avó, a esposa de um parlamentar sendo estuprada", disse Soraya.

A cena foi caracterizada como vergonhosa pela parlamentar. "Não vi pena nenhuma ao genitor que vai atrás do médico - que vai abortar. Ele paga o aborto, mas ele não tem participação nenhuma. Cadê? Estou falando por mim, não como titular da bancada feminina. E por que não encenar o estupro? Se encenaram um homicídio aqui ontem, que encenem o estupro das vítimas", disse com a palavra no plenário.

Entenda - Durante a sessão promovida pelo senador Eduardo Girão (Novo), nesta segunda-feira (17), a contadora de história Nyedja Gennari encenou o que seria um feto gritando durante o procedimento de assistolia fetal. "Não! Quero continuar vivo", gritava ela. O relato viralizou nas redes sociais.

Na legislação atual, o aborto é punido com penas que variam de um a três anos de prisão, quando provocado pela gestante; de um a quatro anos, quando médico ou outra pessoa provoque um aborto com o consentimento da gestante; e de três a dez anos, para quem provocar o aborto sem o aval da mulher.

Se o novo projeto for aprovado, a pena para as mulheres vítimas de estupro será maior do que a dos estupradores, já que a punição para o crime de estupro é de dez anos de prisão, e as mulheres que abortarem, conforme o projeto, podem ser condenadas a até 20 anos de prisão.

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