Suplicy lança “Um jeito de fazer política”, que une biografia e renda básica
Evento neste sábado reuniu fãs do ex-senador em Campo Grande
Em tempos de eleitores fatigados da figura de políticos, Eduardo Suplicy (PT), vereador em São Paulo, parece seguir na contramão e levou admiradores, que se classificam como fãs, ao lançamento do livro “Um jeito de fazer política”, na manhã deste sábado (dia 12), em Campo Grande.
A obra entremeia a trajetória de Suplicy, que permaneceu 24 anos no Senado, e uma de suas principais bandeiras: o projeto renda básica. Na década de 90, o político soube do projeto no Alasca (Estados Unidos), criado em 1982. Por lá, todo cidadão recebe um valor oriundo dos royalties do petróleo.
“Uma pessoa surgiu com essa ideia lá e se esforçou bastante para convencer a comunidade. Deu tão certo, que dez anos depois foi eleito governador no Alasca. O fundo tinha R$ 1 bilhão de dólares e chegou a R$ 80 bilhões de dólares. Todo cidadão teve direito de participar das riquezas do Alasca. A pessoas passaram a trabalhar mais depois de receber a renda. Com mais condições para compra de equipamentos, insumos”, afirma Suplicy.
O ex-senador é economista e professor universitário. De acordo com a jornalista Mônica Dallari, coautora do livro, outra experiência de renda básica é no Quênia (África), onde cada cidadão recebe 22 dólares (R$ 111).
“Com esse projeto, a violência doméstica reduziu em 52%. Favoreceu o empoderamento das mulheres dentro das famílias. Foi importante também para a educação. Apesar da escola ser gratuita, tinham muitas dificuldades”.
O projeto de renda básica ainda estimulou o empreendedorismo feminino. “As mulheres voltaram a sonhar”.
A aposentada Ana Luíza Pinto de Matos, 62 anos, conta que conheceu Suplicy na década de 90 e lembra que o político era até figura destoante dentro do Partido dos Trabalhadores, por trazer sobrenomes de famílias tradicionais de São Paulo. Mas Eduardo Matarazzo Suplicy a surpreendeu. “Fiquei impressionada com a gentileza dele, a preocupação com as pessoas”.
Ela destaca que o partido já tinha nomes importantes, mas todos de origem humilde, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A professora Silvana Colombelli, 39 anos, comprou livros para ela e a mãe. “O Suplicy nunca mudou de partido e os projetos de leis dele sempre se relacionaram com a forma de como ele pensa o mundo. Por ter o estereótipo do padrão de poder, branco e de família rica, ele foge à regra”.
O lançamento do livro “Um jeito de fazer política” foi na Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul).