Tratado como candidato, Odilon diz que ainda não sabe se disputará Governo
Depois de três décadas como juiz federal, Odilon de Oliveira, 68 anos, entra no campo político e é o nome forte do PDT (Partido Democrático Trabalhista) para a disputa do governo estadual nas eleições de 2018. Em entrevista ao Campo Grande News, concedida durante visita ao jornal, o juiz aposentado afirma que pretende ser governador, mas evita afirmar se já se considera candidato.
“Envolve muitas compreensões”, disse, com cautela. “A compreensão do PDT é que eu seja candidato ao governo do Estado", acrescentou. Isso está tão certo que o partido prepara para este sábado (dia 11) festa para comemorar o nome de Odilon com candidato com a possível presença de Ciro Gomes, pré-candidato a presidência da República.
A pesquisa, referida por Odilon, estaria sendo preparada pela legenda. “Não estou na direção do partido, mas certamente, isso [pesquisa de opinião] está sendo preparado. Não sei pra quando, mas vai ter”, adiantou.
O juiz aposentado completa que a disputa para a chefia do Executivo estadual também depende de conversas internas com sua família. Questionado sobre seu desejo, foi enfático: “Se a legislação permitisse, como ocorre em alguns países, gostaria de ser governador e senador”, afirmou.
Ele explica, entretanto, que não defende reforma política que possibilite um senador ser também governador. “A separação dos poderes não permite isso, porque o Legislativo precisa fiscalizar o Executivo. Não daria certo no Brasil. Eu disse isso apenas como força de expressão”, ponderou.
O juiz detalha que, nas duas funções, poderia contribuir para a melhoria de questões que ele avalia, hoje, como falhas.
Segurança – Entre as áreas que Odilon acredita que precisa atuação urgente é a da segurança pública. Para ele, esse segmento não está isolado e, portanto, depende de políticas públicas integradas e preventivas.
“O problema da segurança não se resolve com coturno e cacetete. Passa pela educação, saúde, habitação e outras áreas. Depende de projetos sociais. o Estado deve investir mais na prevenção que na punição”, comentou.
Reforma na legislação – Em se tratando estritamente do crime organizado, um dos fatores que agravam o problema da segurança pública, o juiz defende reforma na legislação penal. “Para combater o crime organizado, é preciso mudar a legislação, estabelecendo punições mais severas a crimes cometidos por ricos, como sonegação fiscal e evasão de divisas.”
Ele exemplifica com as punições previstas para o furto qualificado e a evasão de divisas. O primeiro crime, cometido, sobretudo, por pobres, conforme o juiz, tem pena de dois a oito anos de reclusão. Já o segundo, que envolve mais os ricos, é punido com dois a seis anos de prisão.
Maconha – O juiz também tratou sobre descriminalização da maconha. “Sou contra a legalização de qualquer tipo de droga. Essa liberdade estimularia o consumo. Aí o único freio para não usar a droga seria o freio moral”, argumentou.
De acordo com ele, há estudo de uma universidade dos Estados Unidos (não soube citar qual) que mostra que o consumo de maconha aumentou em quatro vezes depois da legalização. “E essa droga causa um mal muito grande, porque ela destrói o sistema neurológico. Além disso, é a porta de entrada para outras drogas”, afirmou o juiz.
Odilon, no entanto, é favorável ao uso da maconha para fins medicinais. “O Brasil precisa investir em tecnologia para separar o componente canabidiol da maconha para o combate de doenças”, defendeu. "Isso sim deve ser feito", finalizou.