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Política

Três anos após ser preso e perder mandato, Delcídio é inocentado

Justiça entendeu que não há provas de que ele tentou comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró

Marta Ferreira | 12/07/2018 14:15
O senador Delcídio do Amaral durante o seu depoimento para a delação premiada. (Foto: Reprodução)
O senador Delcídio do Amaral durante o seu depoimento para a delação premiada. (Foto: Reprodução)

A Justiça Federal absolveu hoje (12) o ex-senador pelo PT de Mato Grosso do Sul, Delcídio do Amaral, que perdeu o mandado de senador depois de ser preso sob a acusação de tentar comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.  O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, réu na mesma ação, também foi inocentado, assim como o banqueiro André Esteves e outros acusados no processo que apurava a suposta tentativa do ex-presidente de obstruir o andamento da Operação Lava Jato.

Responsável pelo caso, o juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal em Brasília, entendeu que não há provas suficientes para condenar os acusados. O MPF (Ministério Público Federal) havia pedido a absolvição, em setembro do ano passado,  a absolvição.

De acordo com a acusação, Lula teria feito esforços no sentido de impedir que o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró firmasse acordo de delação premiada com a força-tarefa da Operação Lava Jato. A suposta tentativa teria contado com ajuda do ex-senador Delcídio do Amaral, do pecuarista José Carlos Bumlai, que é de Mato Grosso do Sul, do banqueiro André Esteves, e mais três pessoas, todos acusados pelo Ministério Público Federal (MPF), que depois retificou a denúncia, de oferecer dinheiro em troca do silêncio de Cerveró.

"Há inúmeras possibilidades e circunstâncias do que realmente ocorreu, incluindo a possibilidade real de que os pagamentos foram solicitados por Bernardo e Cerveró de forma premeditada. Há, então, clara a intenção de preparar o flagrante para depois oferecer provas ao Ministério Público", entendeu o juiz.

Prisão - O caso começou em 2015, quando a Procuradoria-Geral da República (PGR) usou depoimentos da delação premiada do ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró e do filho dele, Bernardo Cerveró, para pedir a prisão do senador Delcídio do Amaral, então no PT-MS; de André Esteves, dono do Banco BTG Pactual; do ex-advogado de Cerveró Edson Ribeiro; e do chefe de gabinete do senador, Diogo Ferreira. Todos os acusados que foram absolvidos hoje.

A PGR afirma no processo que Delcídio ofereceu dinheiro para evitar a citação de seu nome nas investigações. “O senador Delcídio Amaral ofereceu a Bernardo Cerveró auxílio financeiro, no importe mínimo de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) mensais, destinado à família de Nestor Cerveró, bem como prometeu intercessão política junto ao Poder Judiciário em favor de sua liberdade, para que ele não entabulasse acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal”, disse a PGR.

Quando surgiu o escândalo, Delcídio chegou a ficar preso por 90 dias e perdeu o mandato de senador. Foi solto em fevereiro de 2016, depois de também fechar acordo de delação premiada.

(Com informações da Agência Brasil)

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