Vereador diz que no retorno, Alcides Bernal vai adotar governo de coalizão
O vereador Paulo Pedra (PDT), um dos principais aliados de Alcides Bernal (PP) na Câmara Municipal, acompanhou o julgamento da Ação no Tribunal de Justiça hoje a tarde e, emocionado, disse que no seu retorno à Prefeitura Bernal vai adotar um “governo de coalizão, de diálogo com os vereadores”. Disse que vai conversar com o Flávio César (PT do B), para que não assuma o Executivo municipal e aguarde o retorno do pepista, que está em Brasília, o que deve acontecer hoje à noite.
O advogado Wilton Acosta, que atuou na defesa de Alcides Bernal no processo, afirmou que a decisão da 1ª Câmara Cível do TJ/MS levou em consideração os argumentos apresentados no processo, de que a cassação de Bernal foi irregular. Segundo ele, essas alegações foram confirmadas também pelo que se tornou público nos últimos tempos, como a Operação Coffee Break, que aponta indícios de um esquema organizado envolvendo empresários e vereadores para afastar Alcides Bernal da Prefeitura.
Segundo ele, como a decisão de primeiro grau determinava o retorno imediato de Bernal ao cargo, o TJ/MS vai notificar ainda hoje a presidência da Câmara sobre a decisão, para que possa ser providenciada a posse dele nesta terça-feira.
Ao dar o seu voto pelo retorno de Bernal à Prefeitura, o desembargador Sérgio Martins lembrou que o próprio pepista chegou a arguir a sua suspeição, por ter sido procurador jurídico de André Puccinelli na época em que ele foi prefeito, e por isso teve todo o cuidado para se abster de analisar o processo extra-auto, ou seja, fora do contexto dos argumentos e provas juntadas ao processo. Ao final, ele alegou que diante de tudo que foi apresentado, concordou com a desembargadora Tânia Garcia Borges de que o afastamento do prefeito trouxe prejuízos à sociedade. O pedido de suspeição de Martins foi rejeitado pela Justiça.
Tânia Borges afirmou que verificou-se que houve irregularidade no processo de cassação de Alcides Bernal. “Não se pode deixar que o prefeito que foi eleito pelo povo seja prejudicado por ações espúrias”, afirmou a desembargadora. Ela declarou ainda que “houve um dano irreparável ao candidato eleito, e que foi eleito pelo povo”.