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Capital

Gaeco investiga "união" entre políticos e empresários para cassar Bernal

Luana Rodrigues | 25/08/2015 12:11
Agentes do Gaeco cumpriram mandado de busca e detenção na Capital (Foto: Marcos Ermínio)
Agentes do Gaeco cumpriram mandado de busca e detenção na Capital (Foto: Marcos Ermínio)

A união de esforços entre agentes políticos e empresários de Campo Grande para cassar o então prefeito Alcides Bernal(PP), foi o principal alvo da investigação que resultou na operação Coffee Break. A operação deteve 13 pessoas para prestar depoimentos, cumpriu 17 mandados de busca e apreensão e resultou no afastamento do atual prefeito Gilmar Olarte(PP), denunciado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Conforme informações apuradas pelo Campo Grande News, a partir do compartilhamento de provas oriundas da Operação Lama Asfáltica, o Gaeco encontrou indícios contundentes de que houve uma articulação entre empresários, vereadores e o atual prefeito de Campo Grande, para a cassação do mandato de Alcides Bernal.

Entre as informações levantadas estão promessas de vantagens como pagamentos, nomeações em cargos públicos comissionados e de benefícios junto à administração pública municipal.

Segundo o que foi apurado, os empresários queriam restabelecer benefícios junto à administração municipal, que haviam sido suspensos por Bernal. Entre indícios estão a reabertura de contratos e reajustes de valores com as empresas Solub, Proteco e LD Construções, ligadas ao empreiteiro João Alberto Kramp Amorim dos Santos.

O advogado de defesa Bernal, Wilton Edgar Acosta, esteve na sede do Gaeco na manhã de hoje, segundo ele, em busca de informações sobre o processo. "Ele ficou bastante triste, mas a mesmo tempo aliviado, pois desde o ano passado viemos denunciando esse golpe político contra a democracia. Estamos confiantes que a justiça será feita", disse.

Gravações - Grampos telefônicos da Lama Asfáltica sinalizam a interferência do empresário João Amorim, dono da Proteco Construções Ltda e apontado como líder do esquema, na votação em que os vereadores cassaram o então prefeito Alcides Bernal (PP). A senha para pagamento de propina pelo grupo era tomar um café.

Sem saber que estava com as conversas telefônicas monitoradas pela Polícia Federal com autorização da Justiça Federal, Amorim articula e acompanha todo o processo de cassação à distância. E, de acordo com as interceptações, assim que a sessão é encerrada, ele recebe inúmeras ligações parabenizando-o pela vitória. Bernal foi cassado por 23 votos a 6.

João Baird é dono da Itel Informática, sócia da Kamerof Participações, cuja uma das sócias é Elza Cristina Araújo dos Santos, funcionária e braço direito de João Amorim. Baird fez fortuna e foi apelidado de Bill Gates Pantaneiro. Em abril do ano passado, Fábio Portela Machinsky foi nomeado em cargo de comissão de Gerente da Gerência de Administração e Finanças. Nas Gravações, ele aparece como intermediador.

Realizada pela PF (Polícia Federal) em 9 de julho, a operação Lama Asfáltica investigou esquema de fraudes com empreiteiras, servidores e parte da cúpula ex-gestão estadual.

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