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Política

Vereador quer processar colega por acusar PM de homofobia

Camila Jara (PT) alegou que militares foram homofóbicos ao encerrarem festa voltada ao público LGBTQIA+

Jhefferson Gamarra | 02/03/2022 14:13
Vereador Tiago Vargas (PSD) e Camila Jara (PT). (Imagens: Redes Sociais)
Vereador Tiago Vargas (PSD) e Camila Jara (PT). (Imagens: Redes Sociais)

Devido à pandemia, o Carnaval de rua foi cancelado em muitas cidades Brasil, inclusive. em Campo Grande, mas nem por isso deixou de acontecer em eventos privados. Na Capital, diversos locais particulares abriram as portas para os foliões. Em um desses eventos, a folia terminou a ação de dispersão da Polícia Militar e acusação de homofobia por parte de uma vereadora presente na festa.

No último domingo (27), a Polícia Militar em conjunto com o Batalhão de Choque encerrou uma festa de Carnaval voltada ao público LGBTQIA+, que ocorria em espaço de eventos, no Bairro Coronel Antonino, sob alegação de não estarem sendo cumpridas as medidas do protocolo de biossegurança contra a covid-19.

Indignada com a interrupção do evento, a vereadora Camila Jara (PT), que estava presente na festa, classificou a atitude da PM como homofóbica, alegando que não viu nenhum protocolo de biossegurança sendo desrespeitado e chamando atenção para o fato de que só a festa LGBTQIA+ foi encerrada.

“O que a gente percebe na verdade é que, desde o início, a Policia Militar e o Choque chegaram fortemente armados, com a intenção de fechar o evento por pura homofobia e não estavam preocupados com os protocolos de biossegurança, tanto que estava acontecendo outros eventos pela cidade e não foram averiguar se estavam passando álcool em gel nas mãos”, disparou a petista em um vídeo publicado nas redes sociais.

Questionada pela reportagem se havia registros da atitude homofóbica dos militares, a assessoria da vereadora afirmou que a parlamentar “viu PMs filmando e rindo ao mandar o pessoal embora” e que mesmo sem imagens, ela é “ela é testemunha ocular” do ocorrido.

Com a repercussão do caso, o vereador Tiago Vargas (PSD), presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara Municipal de Campo Grande, garantiu que irá representar contra a colega de parlamento na Comissão de Ética da Casa de Leis e também na Justiça comum pelos crimes de calunia e difamação.

“Ela não pode jogar essa responsabilidade para cima dos policiais. Como ela vai a uma rede social dizer que os policiais estavam fortemente armados e com claro intuito de praticar o crime de homofobia, por isso, acabou com a festa. Ela tem que ter responsabilidade, estamos falando de uma vereadora de uma Capital brasileira. Amanhã, vou representar contra ela na Comissão de Ética e também na Justiça. Ela vai ter que provar que os militares praticaram o crime de homofobia”, reforçou Vargas.

Sobre a ação prometida pelo colega na Comissão de Ética e o processo na Justiça, Camila Jara informou que vai conversar com presidente da Casa, vereador Carlos Augusto Borges (PSB), e por meio de nota, informou que o colega quer intimidá-la.

"Estamos tranquilos e cientes do nosso papel em defender as minorias. Qualquer tentativa de intimidação é motivada muito mais por fins eleitoreiros do que pela defesa dos interesses legítimos do povo. A voz da comunidade LGBTQIA+ precisa ser ouvida. No evento Farofolia CG foram cumpridos os protocolos de biossegurança, os mesmos exigidos em todas os outros eventos que têm ocorrido na cidade. Mas esse evento, que era declaradamente voltado para o público LGBTQIA+, foi alvo da Polícia Militar com a fraca alegação de que as pessoas entraram sem passar álcool em gel nas mãos. Campo Grande está com praticamente 73% da população com ciclo vacinal completo, vacinação esta que sempre estimulamos e incentivamos, pois sabemos da importância para a redução de casos graves e mortes", diz o texto divulgado.

Relato da PM - Em boletim de ocorrência, a PM informa que foi ao local, onde ocorria a festa "Farofolia", para constatar se estavam sendo cumpridos os protocolos contra a covid e também se havia alvarás necessários para o funcionamento. A organização apresentou os alvarás, mas a polícia verificou que não havia álcool em gel e muito menos orientação ao público.

"O estabelecimento agia como se não estivéssemos passando por uma pandemia, pois não ofertava nenhuma forma de proteção ao público, tampouco fomentava a utilização de qualquer forma de proteção contra a covid-19", informou a PM, durante confecção do boletim de ocorrência.

Matéria alterada às 18h09 para acréscimo do posicionamento da vereadora Camila Jara.

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