Vereadores esperam "fim da novela" para que haja duplicação da BR-163
Após pedido da CCR, a ANTT aprovou ontem (21) a relicitação de trecho da rodovia em MS
Após acompanhar o processo, os vereadores de Campo Grande esperam que com a relicitação aprovada pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), possa se terminar a obra de duplicação da BR-163, em Mato Grosso do Sul. A intenção é reduzir os acidentes neste trecho rodoviário.
Os vereadores já entraram em embates com a empresa CCR MSVia, em função de problemas nas obras da rodovia que afetavam moradores de Campo Grande. Também defendiam a redução do preço do pedágio, já que as obras de duplicação na rodovia foram interrompidas.
O presidente da Câmara Municipal, o vereador João Rocha (PSDB), disse que o importante nsta história é “resolver a questão”, para que as obras sejam concluídas. “Não vou nem entrar no mérito da decisão, porque os pedágios não deixaram de ser cobrados e a obra paralisou. Já que fará uma relicitação, que seja feita a duplicação”, disse o tucano.
Ele ponderou que a questão estava “travada” e que se houve esta decisão da ANTT, que todo processo da obra comece a andar daqui para frente. “O que não vamos admitir é um aumento do valor do pedágio devido estas mudanças”, acrescentou.
O vereador Chiquinho Telles (PSD), líder do prefeito, espera que ao menos esta “novela” traga uma solução para o impasse. “O que queremos é que a obra seja concluída e nos ajude a salvar vidas”. Ele disse que não avaliou a questão jurídica, mas entende que a CCR não poderia participar deste novo contrato. “Não cumpriu o que foi acordado”.
Para João Cesar Mattogrosso (PSDB), o contrato atual deveria ser mantido, para que a empresa responsável possa cumprir suas obrigações. “Tem que fazer o que foi estabelecido em contrato”. O tucano reconhece que foi uma decisão de um órgão nacional, mas pondera que os vereadores têm o papel de questioná-la.
Relicitação - A ANTT ontem (21) o pedido de relicitação da BR-163, em Mato Grosso do Sul. Esta mudança foi requisitada pela CCR em dezembro do ano passado. A concessionária CCR MSVia se utilizou de balanços financeiros para justificar a medida.
Ela alega que obteve R$ 291,394 milhões em receita de pedágio no ano passado, 0,8% a menos que no exercício anterior. A queda na arrecadação com pedágio apresentou impacto na receita líquida, passando de R$ 408,832 milhões em 2018 para R$ 291,883 milhões no ano seguinte.
Segundo a concessionária, foram investidos R$ 1,744 bilhão em cinco anos de implementação do plano de investimentos da CCR MSVia. A duplicação, suspensa há dois anos, alcançou 150,4 dos cerca de 800 km previstos no contrato. Entramos em contato com a empresa, mas até o fechamento da reportagem não tivemos retorno sobre a questão.