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Comportamento

Há 36 anos ele fecha o escritório às quartas e segue para embalar as novenas

Paula Maciulevicius | 25/07/2013 06:46
Em 1977, foi Hilário quem começou a tirar músicas pelo disco de vinil e tocar na igreja Perpétuo Socorro. (Fotos: Cleber Gellio)
Em 1977, foi Hilário quem começou a tirar músicas pelo disco de vinil e tocar na igreja Perpétuo Socorro. (Fotos: Cleber Gellio)

Faça chuva ou faça sol, desde 1977 o contabilista José Hilário Gonçalves de Souza, de 56 anos, tem na agenda o mesmo compromisso sempre às quartas-feiras. Devoto de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, o pernambucano trocou as músicas de Raul Seixas para formar o primeiro conjunto musical da igreja que leva o nome a quem tem devoção. Hilário canta, toca e sai renovado das novenas na igreja do bairro Amambaí, toda quarta-feira.

Vindo de família católica, foi por influência de parentes que ele resolveu participar das novenas e por inspiração divina que conseguiu tirar de ouvido canções de um disco de vinil e ensinar aos primos. Foi assim que começou a trilha sonora da novena mais tradicional de Campo Grande.

“É uma forma de colaborar e animas as celebrações. Não tem remuneração, é espontânea vontade mesmo. Hoje só assistir à missa não produz o mesmo efeito no nosso espírito. Você participando, colaborando, parece que o negócio é mais completo”, explica.

Devoto de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, ele sobreviveu a um infarto e vai toda quarta-feira agradecer as bençãos.
Devoto de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, ele sobreviveu a um infarto e vai toda quarta-feira agradecer as bençãos.

Hilário tenta reproduzir em palavras o amor que tem pela música, mas só quem acompanha as novenas sente na voz e nos olhos do fiel o real significado do compromisso firmado na fé.

O contabilista já se viu na beira da morte. Há quatro anos teve um infarto e foi salvo. “Graças a Deus e a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro”. Esta, ele garante, que foi só um dentre os vários pedidos já atendidos por ela.

Coincidência ou destino, ele que foi batizado na igreja de Perpétuo Socorro de Recife, em Pernambuco, já conhecia a Nossa Senhora, mas foi em Campo Grande que aprendeu a amá-la. E hoje fechar as portas do escritório não é sacrifício algum para estar nas novenas a partir das 15h.

“Venho para cá pra pedir e agradecer. Mais para agradecer do que pra pedir. Depois que termino aqui, o que considero a minha missão, saio leve e tranquilo”, completa. A paz é sentida na voz do começo ao fim das três novenas que participa.

Ele sabe da responsabilidade que carrega na voz e violão na igreja. “Quase todas as novenas têm um número de pessoas bem elevado, tem umas que a gente não consegue nem se locomover para beber água de tão cheio. É tradição”, resume.

Entre as canções preferidas, claro, está a que não pode faltar. “Nossa Senhora do Perpétuo Socorro”, que num coro, é entoada pela igreja lotada.

“Essa é a minha caminhada, sempre seguindo Nossa Senhora”.

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