Na Capital, haitianos fazem qualificação em informática como chance de recomeço
Refugiados e imigrantes que escolheram Campo Grande para viver poderão encontrar na capacitação em tecnologia uma boa oportunidade de recomeço. Foi o que aconteceu para os 20 imigrantes haitianos que participaram do curso de informática realizado nos últimos quatro meses nas dependências da Seleta Sociedade Caritativa e Humanitária.
Promovido pelo Fórum de Trabalho Decente e Estudos sobre Tráfico de Pessoas, coordenado pelo procurador do Trabalho Cícero Rufino Pereira, o curso teve aulas no período noturno, e foi realizado com base no TAC (Termo de Ajuste de Conduta) firmado pelo MPT/MS (Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso do Sul) com a Seleta, que cedeu o espaço, refeição e vale-transporte para os alunos.
“Essa qualificação contempla imigrantes haitianos, de modo a prepará-los e integrá-los ao mercado em prol de um futuro promissor", disse Cícero Rufino, homenageado na cerimônia de encerramento pela significativa contribuição.
Bernard Denord, 28 anos, foi um dos participantes do curso. Ele chegou ao Brasil há quatro anos e decidiu permanecer por avaliar que o país oferece mais oportunidade de crescimento profissional na comparação com o Haiti, devastado pelo terremoto do dia 12 de janeiro de 2010.
Em Campo Grande desde que chegou ao Brasil, Bernard soma experiências na construção civil e como estoquista de uma distribuidora de alimentos. “O conhecimento de informática é essencial para conseguirmos um emprego melhor. Aprendemos como se digita corretamente, como se faz planilhas e como se executa cálculos", lembrou o aspirante à profissão de engenheiro elétrico.
De acordo com o Fórum de Trabalho Decente e Estudos sobre Tráfico de Pessoas, quase a totalidade dos haitianos que participaram do curso de informática, encerrado na última sexta-feira, 30, já confirmou participação na qualificação de assistente administrativo que começa neste mês de julho.