WhatsApp vira arma para moradores enfrentarem a onda de roubos
O Whatsapp, aplicativo de troca de mensagens online, deixou de ser uma simples rede social há muito tempo. Além de unir pessoas, trocar fotos, vídeos, informações, o app agora ajuda na segurança dos moradores do Bairro Cidade Jardim, em Campo Grande. Por conta da quantidade de assaltos, a população criou grupos para “espantar” os bandidos.
O presidente da policia comunitário do bairro e engenheiro civil, Cláudio Anache, 57 anos, contou que em outubro, uma onda de assaltos começou a afetar os moradores da região. Mas muitos moradores não participavam e não se importavam com o policiamento da Cidade Jardim.
A falta de interesse foi cessada após a invasão à casa de uma vizinha de Cláudio. “Entraram na casa dela e a trancaram dentro do banheiro, mas ela conseguiu avisar um amigo pelo Whatsapp, que chamou a polícia”, disse. Depois disso, a moradora montou um grupo com os vizinhos da região.
Esse foi o momento em que o presidente uniu o app com a segurança do bairro. “Eles tinham um grupo, mas não tinham a polícia. Então fiz outro grupo com os policiais do bairro”. O “sucesso” dos grupos foram tão grande, que são mais de 150 membros.
Nem todos os usam de forma útil, mas, segundo Cláudio, o aplicativo ajudou a aumentar a segurança do bairro. “Nós tiramos fotos de pessoas suspeitas, de algo que está acontecendo no momento e, se for algo relevante, acionamos a polícia”, contou. “Além de dar mais segurança, conseguimos espantar os ladrões daqui”, completou.
O presidente apontou que, antes da criação do grupo, cerca de seis casas foram furtadas no bairro. Agora, não se ouve mais falar sobre furtos ou roubos.
O 1º sargento do policiamento comunitário, Alexsander de Almeida, aprovou a iniciativa dos moradores e apoiou a união das forças. “A tecnologia, quando é bem utilizada, é muito boa”, admitiu.
Ele revelou que antes dos grupos já buscava o apoio da população, porém com o aplicativo, a disseminação da informação é maior. “Eu entregava cartões com meus dois telefones, mas tinha que ir de casa em casa. Agora, ficou bem mais rápido”.
Mas o sargento ressaltou que a população não deve “fazer justiça com as próprias mãos” e sempre recorrer á polícia. “Só de saber a quem recorrer, a população se sente mais segura”, afirmou o sargento Alexsander.