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A força de um ideal (1ª parte)

Por Heitor Freire (*) | 25/08/2016 15:15

A FUNLEC, Fundação Lowtons de Educação e Cultura foi fundada em 1982, pela Grande Loja Maçônica de Mato Grosso do Sul, fruto do idealismo de maçons que queriam contribuir com o aperfeiçoamento do ensino em nosso estado.

Em 1992, na qualidade de Chanceler da Fundação, cargo que tive a honra de ocupar, eu senti a necessidade de expandir o ensino da Funlec em Campo Grande.

Lancei, então o projeto de criação de um Colégio que levasse o nome de Oswaldo Tognini, homenageando em vida, esse maçom que foi um exemplo de dedicação à Ordem Maçônica.

Em reunião com o presidente da Funlec, Adone Colaço Sottovia, convidei alguns maçons para o desafio de construir uma escola partindo do zero.

Os maçons que se propuseram a esse empreendimento foram Antônio Baiano Farias Santos, Arildo Brás Flores e Waldecy Alves Batista que formaram a comissão de arrecadação de recursos e de construção. O primeiro passo foi o de conseguir um local.

Chaia Jacob Neto, também maçom, à época era o presidente do Planurb – Instituto de Planejamento Urbano da prefeitura de Campo Grande, cujo prefeito era Lúdio Martins Coelho. O Chaia localizou um terreno no bairro Chácara Cachoeira, bairro nobre de nossa cidade, com 44.000 metros quadrados.

Com o apoio do presidente da Câmara Municipal, Flávio Renato Rocha de Lima e com a participação do secretário municipal de planejamento da prefeitura, Lourival Martins Fagundes, foi elaborado um projeto de comodato do terreno para a Funlec, destinando 5.000 metros quadrados para a construção da escola, que foi aprovado pelo prefeito.

Conseguido o terreno, veio a grande indagação: como e onde conseguir o dinheiro para o projeto e para a construção? O projeto foi concebido pela arquiteta Jaciara Chaia, esposa do Chaia Jacob Neto. Feito o projeto, constituiu­se num portento com 3.200 metros quadrados de construção em quatro grandes blocos.

Vivia­-se uma época de inflação galopante. Como então agir? Foi traçado o planejamento de oferecer vagas para o futuro colégio a 100 dólares por aluno. Os três primeiros alunos foram os filhos do Antônio Baiano Farias Santos: Marco Antônio, Gustavo e Filipe Giordano Farias Santos.

Foi um sucesso. A credibilidade da Maçonaria, alavancada pelo trabalho da comissão conseguiu o feito inédito de lançar e concluir a obra em apenas um ano. Com o início e o desenrolar da obra, aumentaram as necessidades de recursos e também houve mais demanda dos interessados, e com a inflação cada vez mais alta, o valor das doações por vaga, foi subindo gradativamente.

As últimas chegaram a 700 dólares. O dinheiro arrecadado foi todo aplicado na construção e nas instalações do Colégio. A construção começou em janeiro de 1993. Durante toda a construção, a obra foi acompanhada pelo engenheiro civil e também maçom José Francisco de Lima, responsável técnico pela obra e que fez todos os cálculos sem receber qualquer remuneração, bem como os membros da comissão.

Em fevereiro de 1994 foi inaugurada a escola com quatro blocos, sendo que cada bloco homenageia os três membros da comissão, Antônio Baiano Farias Santos, Arildo Brás Flores e Waldecy Alves Batista e o quarto homenageia Chaia Jacob Neto. O colégio conta com um conjunto poliesportivo – uma piscina semi olímpica e outra para biribol e sete quadras de esportes que foi inaugurado juntamente com a escola, levando o nome de Muxeque Chinzarian.

O ginásio de esportes denominado Izaías Gomes Ferro, que completa o conjunto poliesportivo, foi inaugurado no mesmo ano de 1994, em outubro.

O tamanho total da obra, englobando a escola e tudo o mais, ficou com 9.000 metros quadrados. Note­se que o terreno inicial de 5.000 metros quadrados se revelou insuficiente para abrigar todo o conjunto da obra. Assim, foram homenageados três dos ex­Grão Mestres da Grande Loja Maçônica de Mato Grosso do Sul, em vida: Oswaldo Tognini, Muxeque Chinzarian e Izaías Gomes Ferro.

Vale aqui registrar a dedicação e competência do mestre construtor desse portento, Antônio Baiano Farias Santos. O colégio começou o seu primeiro período letivo com 2.223 alunos. Foi um empreendimento de grande sucesso, que marcou a história da Funlec e de Campo Grande.

O seu primeiro diretor foi o arquiteto Edílson Russul Vieira e o diretor administrativo, Mário Gentil Storti. Logo a seguir foi eleito como presidente da Funlec, Antônio Baiano Farias Santos, que construiu no bairro São Pedro da Lagoa, em terreno doado por Antônio Mansour Saad, a escola Nagem Jorge Saad, homenageando o pai dele.

Essa escola projetada para atender 2.000 alunos em três turnos, depois de construída, foi negociada pelo Antônio Baiano com o prefeito que assumira na época, André Puccinelli, fazendo a permuta da Escola Nagem Saad com o terreno onde estava construído o Colégio Oswaldo Tognini que passou a contar com uma área de 44.000 metros quadrados. Um patrimônio de um valor imensurável.

Mas a história não pára por aí. Logo depois em 1997 foi ali instalado o Instituto de Ensino Superior da Funlec, IESF, que deu outra dimensão à Fundação. Uma realização de gigantes.

(*) Heitor Freire é advogado e foi chanceler da Funlec 1991/1994 e 1997/2000.

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