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Aliado no combate à ferrugem asiática, manejo integrado reduz perdas da lavoura

Por Leandro Garcia (*) | 08/05/2017 14:29

Segundo dados da Embrapa, o Brasil é o segundo maior produtor mundial de soja, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. A produção brasileira de soja correspondeu em 2015/2016 a 30% da produção mundial, sendo o Mato Grosso o maior produtor do grão no Brasil, com 26,058 milhões de toneladas, seguido pelo Paraná (17,102 mi de toneladas) e pelo Rio Grande do Sul (16,201 mi de toneladas). Na safra de 2015/2016, foram produzidas cerca de 95,631 milhões de toneladas de soja.

Agora imagine que restem apenas 19,126 toneladas de soja de toda essa produção. É isso que uma das doenças mais destrutivas da soja, segundo agricultores, pode fazer com as plantações de 33,17 milhões de hectares do País: reduzir em até 80% a produtividade das lavouras. A ferrugem asiática tem sido desde a safra de 2000/2001 uma das maiores dores de cabeça dos sojicultores brasileiros. A primeira ocorrência do fungo no Brasil aconteceu na região Sul, mas, como o fungo é disseminado pelo vento, logo a doença se espalhou por todas as regiões produtoras de soja.

Quando os fungos encontram o ambiente propício para seu desenvolvimento (alta umidade e alta temperatura), os primeiros sintomas da doença podem surgir. Para observar este primeiro sinal é necessário que o agricultor utilize uma lupa para examinar a folha da soja e, se ainda estiver em dúvida quanto à presença da ferrugem nesta fase, leve amostras das folhas para o laboratório para que seja feita uma análise precisa.

Caso o fungo continue a se desenvolver, manchas amarelas ferruginosas (daí o nome da doença) aparecem nas folhas e, dependendo da severidade da ferrugem, acontece o desfolhamento da planta. O desfolhamento precoce resulta na má formação das vagens da soja, que acabam ficando leves e pequenas. A consequência disso é a redução da qualidade dos grãos, da produtividade e da rentabilidade do agricultor.

Além de ser sinônimo de perda de milhões de toneladas do grão, a ferrugemasiática custa aos sojicultores cerca de 2 bilhões de dólares anualmente. Apesar do gasto expressivo, os defensivos agrícolas disponíveis atualmente no mercado têm apresentado queda em sua eficiência, o que significa que, após quase 15 anos utilizando os produtos com os mesmos princípios ativos, a ferrugemasiática vai se tornando resistente aos fungicidas aplicados.

Para evitar que a doença surja e se espalhe pela lavoura, algumas técnicas de manejo integrado podem ser adotadas, segundo orientações da Embrapa: eliminar plantas de soja voluntárias e não semear no período de vazio sanitário; monitorar a plantação; aplicar fungicidas no início do aparecimento dos sintomas da ferrugem ou preventivamente e, por fim, a rotação de culturas.

(*) Leandro Garcia é gerente de Produtos na Adama Brasil S/A, empresa de origem israelense, com sede em Londrina

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.

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