Acampado em Brasília, grupo quer falar com Lula sobre água nas aldeias de MS
Cerca de 200 indígenas de Mato Grosso do Sul participam de ato nacional desde o início desta semana

Cerca de 200 indígenas de Mato Grosso do Sul seguem acampados em Brasília (DF) mesmo após confusão com a polícia legislativa da Câmara Federal na noite de ontem (10). Eles pretendem falar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principalmente sobre a falta de água potável nas aldeias do Estado.
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Cerca de 200 indígenas de Mato Grosso do Sul estão acampados em Brasília, buscando diálogo com o presidente Lula sobre a falta de água potável nas aldeias e a demarcação de terras. O coordenador do Conselho Terena, Valcelio Figueiredo, destaca a urgência de acelerar projetos de abastecimento de água e melhorar as condições de trabalho da Funai. O grupo faz parte do Acampamento Terra Livre, que reúne 6 mil indígenas de todo o Brasil. Houve confronto com a polícia legislativa, que usou gás lacrimogêneo, afetando a saúde de alguns manifestantes e da deputada Célia Xakriabá.
"Esse é um problema geral em Mato Grosso do Sul. Tem projeto com a Itaipu, mas não atende todos os indígenas. Queremos que acelerem porque o tempo está passando e nosso povo sente na pele a falta d'água", disse o coordenador do Conselho Terena, Valcelio Figueiredo.
A expectativa é receberem o presidente no acampamento às 12h de hoje (11).
A demarcação de terras indígenas será outra reivindicação. "Queremos que ele olhe também para nossos territórios que precisam ser demarcados, para os servidores da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) que trabalham com uma estrutura sucateada, sem poder fazer os marcos físicos. Precisamos de condições, apoio", finaliza.
Cerca de 6 mil indígenas de todo o Brasil se concentram em áreas públicas de Brasília desde o início desta semana. Eles fazem parte do movimento ATL (Acampamento Terra Livre), que todos os anos realiza atos pelos direitos dos povos tradicionais.
Confusão - Ainda segundo o coordenador terena, a confusão com a polícia legislativa envolveu a entrada de alguns indígenas em local não permitido no Congresso Nacional durante uma marcha.
Os agentes reagiram com uso de gás lacrimogêneo contra os acampados. A inalação fez acampados e, inclusive a deputada federal indígena Célia Xakriabá (Psol-MG), se sentirem mal e precisarem de atendimento médico.
Os atingidos são do Nordeste, de acordo com Valcelio, e já retornaram ao acampamento. "Só foram avaliados e depois voltaram. Está tudo bem. A deputada também está, ela tentou ajudar a conter o tumulto, por isso acabou se envolvendo", afirmou.
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